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Ucrânia e a manobra geopolítica russa.


Figura disponível em: https://ichef.bbci.co.uk/news/640/cpsprodpb/168B6/production/_110024329_ukraine_rebel_held_areas_640-nc.png

O Blog alertou em seu artigo "Qual será a próxima "jogada"geopolítica de Putin?", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/qual-será-a-próxima-jogada-geopolítica-de-putin, que o mandatário russo poderia tentar alguma manobra geopolítica para consolidar a sua posição no poder, que está desgastada internamente, ainda mais no atual cenário em que os EUA retomam a política de parcerias e alianças, em que atuará de forma coordenada com a OTAN. Além disso, afirmamos que Moscou aumentaria a sensação de ameaça aos países ocidentais, mas sem cruzar a "linha vermelha"que poderia resultar em conflito, visando atingir os seus objetivos geopolíticos na Europa, onde um deles seria o término das sanções econômicas em troca da diminuição do grau de ameaça a OTAN e aos EUA. Dessa forma, tentará a negociação ganha - ganha.

Nesse sentido, a tensão entre a Rússia e a Ucrânia referente a região de Donbass, em que separatistas pró-Russia, que controlam a região, tentam a independência desse território com apoio de Moscou, desde 2014, escalou nos últimos dias com o posicionamento de mais de 25.000 soldados russos, blindados e artilharia pesada nas proximidades da fronteira entre os dois países e com o aumento da presença militar russa na Crimeia.

Figura disponível em: https://ichef.bbci.co.uk/news/640/cpsprodpb/91CD/production/_109452373_ukraine_rebel_held_areas_29october_640-nc.png

Acreditamos que a escalada da crise deveu-se aos seguintes motivos:

  • morte de quatro soldados ucranianos devido a conflitos com os separatistas;

  • fechamento de 3 canais de TV ucranianos pró-Rússia, com o intuito de tentar diminuir a Guerra de Informação russa na Ucrânia;

  • tentativa de Putin de desviar a atenção interna russa do caso Alexey Navalny, e que foi comentado no nosso artigo citado acima;

  • testar os limites da aliança da OTAN e o novo governo estadunidense;

  • impedir, por meio de pressão militar e diplomática, que a Ucrânia se junte a OTAN;

  • desestabilizar o atual governo de Kiev que não está se submetendo a influência de Moscou;

  • tentar diminuir as sanções econômicas sobre a Rússia e que vem prejudicando o país.

A escalada da crise, desde o início deste ano, já dava sinais de que aconteceria, pois já houve a morte de 30 soldados ucranianos, que é um número maior do que vem ocorrendo anualmente, desde a assinatura do cessar fogo entre os separatistas e as forças ucranianas. É digno de nota que o cessar fogo nunca foi totalmente respeitado entre as partes.

Em que pese as autoridades russas alegarem que a movimentação de suas tropas e os exercícios militares estejam sendo realizados no interior do seu território, e que o posicionamento militar nas proximidades da fronteira com a Ucrânia seria uma atitude de autodefesa devido as atitudes provocativas ucranianas, o que é veemente negado por Kiev. Dessa forma, a Ucrânia, a OTAN e as tropas dos EUA na Europa elevaram o nível da ameaça russa, e o grau de prontidão de suas forças.

Convém mencionar que a atitude russa é vista com grande desconfiança, pois tais alegações foram utilizadas no passado recente nas invasões da Georgia (2008) e da Crimeia (2014), onde os motivos eram idênticos (apoio aos movimentos separatistas pró-Rússia), ou seja, ninguém considera confiáveis as informações russas e as suas intenções.

Figura disponível em: https://images02.military.com/sites/default/files/styles/full/public/2021-04/newscred_ukraine_1000.jpeg.jpg?itok=qrX8PT9j

O governo de Washington afirmou que prestará todo o apoio a Ucrânia com o fornecimento de material e treinamento militares, caso haja a agressão russa. Além disso, a OTAN também manifestou que apoiará o governo de Kiev na manutenção de sua soberania e integridade territorial.

Nesse cenário, o presidente da ucraniano Volodymyr Zelensky tem apelado a OTAN para aceitar o seu país na aliança, porque somente isso poderia deter uma possível agressão militar russa. As autoridade russas informaram que isso será inadmissível e que poderá ocorrer graves repercussões. Sendo assim, a OTAN vê com muita cautela o apelo ucraniano.

As negociações para o fim das hostilidades estão em andamento, em que a Alemanha e a França são os principais mediadores.

O Blog é de opinião de que a Rússia continuará tentando por meio da GRAY ZONE atingir os seus objetivos geopolíticos, e que tenta-se mais uma vez o emprego da política de chantagem de ameaça militar para conseguir negociar melhores termos para o governo de Moscou, como a diminuição das sanções econômicas. Convém ressaltar, a importância de desviar a atenção do problema interno nas proximidades da eleição russa em setembro.

Nesse diapasão, ratificamos a nossa análise no artigo "Qual será a próxima "jogada"geopolítica de Putin?", e sugerimos a releitura.

Outrossim, não acreditamos que poderá um conflito de maior intensidade em curto prazo, pois não é interessante para nenhum dos atores envolvidos, sendo mais provável a continuação do uso da GRAY ZONE pelos russos contra a Ucrânia, mantendo todos os atores sob pressão, até que consiga um governo alinhado a Moscou.

Porém, caso a Ucrânia seja aceita na OTAN haverá uma grande incerteza geopolítica e um conflito torna-se mais provável, em que a Rússia poderá invadir a região de Donbass alegando a proteção dos simpatizantes russos contra uma alegada perseguição ucraniana, como fez na Crimeia.

Qual a sua opinião? Você acha que haverá um conflito iminente ou acha que é mais uma "jogada"geopolítica de Putin?

Seguem alguns vídeos para nos ajudar em nossas análises:

Matéria de 07/04/2021:

Matéria de 08/04/2021:

Matéria de 02/04/2021:

Matéria de 06/04/2021:

Matéria de 06/04/2021:

Matéria de 06/04/2021:

Matéria de 09/04/2021:

Matéria de 01/04/2021:

Matéria de 08/04/2021:

Matéria de 07/04/2021:

Matéria de 03/04/2021:

Matéria de 01/04/2021:




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