Em nosso artigo "Nova realidade: A competição entre as grandes potências é prioridade sobre o combate ao terrorismo", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/nova-realidade-a-competição-entre-as-grandes-potências-é-prioridade-sobre-o-combate-ao-terrorismo , afirmamos que depois de quase duas décadas em que a prioridade da agenda mundial era o combate ao terrorismo global, a competição entre as grandes potências, notadamente EUA, China e Rússia, tem sido destaque em noticiários, debates e em políticas geopolíticas agressivas dessas partes. Alguns exemplos ilustrativos seriam a guerra tarifária entre China e EUA, guerra cibernética, disputa pela hegemonia da tecnologia 5G, além de outros temas. Tal competição tem se acirrado na pandemia, e que atento a isso, os EUA em sua estratégia nacional de segurança, aponta essa competição e ameaça como uma das suas grandes prioridades.
Dessa forma, observamos que o tema do terrorismo internacional, desde 2019, tem perdido o destaque, pois o enfoque estava sobre o grupo terrorista fundamentalista Estado Islâmico - ISIS, e que perdeu sua força no Oriente Médio, onde o governo de Donald Trump alegou que o havia derrotado, conforme podemos ver no documento de março de 2020, que é publicado anualmente, pelo governo estadunidense, Country Reports on Terrorism 2019, e que está disponível no Blog no link https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_cf0b6e309b3c493d9b578dd3d3ee89a3.pdf. Esse documento aborda a situação do terrorismo global, citando os Estados que apoiam essa ameaça e o que tem sido feito para combater esse mal da humanidade. Consideramos que é interessante e importante que esse documento seja conhecido e acompanhado todos os anos pelo nosso governo, visando analisar a tendência dessa ameça no mundo. Segue um trecho do documento:
"In 2019, the United States and our partners made major strides to defeat and degrade international terrorist organizations. Along with the Global Coalition to Defeat ISIS, in March, the United States completed the destruction of the so-called “caliphate” in Iraq and Syria. In October, the United States launched a military operation that resulted in the death of Abu Bakr al-Baghdadi, the self-proclaimed “caliph” of ISIS."
Apesar de citar que o ISIS tenha sido derrotado, informa que ainda não foi exterminado e que continua ativo em outras localidades:
"Despite these successes, dangerous terrorist threats persisted around the world. Even as ISIS lost its leader and territory, the group adapted to continue the fight from its affiliates across the globe and by inspiring followers to commit attacks. In Africa, ISIS formally recognized a number of new branches and networks in 2019, and ISIS-affiliated groups were active across the continent, including in the Sahel, the Lake Chad region, and East Africa. In South and Southeast Asia, ISIS affiliates carried out attacks and inspired others to do so as well. The ISIS-inspired attacks in Sri Lanka on Easter Sunday killed more than 250 innocent victims, including five U.S. citizens, representing one of ISIS’s deadliest attacks ever"
Porém, temos verificado que uma nova forma de terrorismo tem emergido em vários países europeus, bem como os da Américas do Norte. Seriam os grupos de extrema esquerda e direita, que possuem causas próprias, como os combates à imigração, ao racismo, fascismo, além de outras pautas sociais, nacionalistas, xenófobas e racistas. Sendo assim, o termo terrorismo doméstico começa a ganhar grande preocupação em vários Estados.
Recentemente, o mundo tem assistido manifestações extremamente violentas desses grupos, principalmente os de extrema direita nos EUA e na Alemanha, onde o mais notório exemplo foi a invasão ao Congresso Estadunidense, em janeiro deste ano. Com isso, boa parte dos governos têm instituído leis sobre essa temática e adotado procedimentos para as suas forças de segurança fazerem frente ao problema do terrorismo doméstico.
No gráfico abaixo, podemos ver que nos EUA os grupos terroristas de extrema direita têm se destacado nos números de ataque:
Recomendamos a leitura do relatório The Escalating Terrorism Problem in the United States, elaborado pelo Center for Strategic & International Studies - CSIS, em junho de 2020 que foi antes da invasão ao Congresso dos EUA, e que alertava para o problema do terrorismo doméstico nos EUA. Tal documento está disponível no Blog em https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_37052025f9e5481eb93ce7353ed97dbf.pdf. Sugerimos a leitura do relatório.
Abaixo segue um trecho do documento:
"The United States faces a growing terrorism problem that will likely worsen over the next year. Based on a CSIS data set of terrorist incidents, the most significant threat likely comes from white supremacists, though anarchists and religious extremists inspired by the Islamic State and al-Qaeda could present a potential threat as well. Over the rest of 2020, the terrorist threat in the United States will likely rise based on several factors, including the November 2020 presidential election."
A nossa análise mostra que, por enquanto, os grupos terroristas fundamentalistas islâmicos concentram mais as suas atividades no Oriente Médio, partes da África e alguns países da Europa Ocidental, como a França, enquanto os grupos terroristas domésticos de extrema direita e esquerda se têm operado de forma contumaz nos países da América do Norte, notadamente nos EUA, e alguns países da Europa Ocidental, como a Alemanha. Além disso, os ataques dos grupos de extrema direita tem crescido cada vez mais no cenário internacional.
Em relação ao Brasil temos visto que existem a atuação de grupos de extrema direita e esquerda, com uma situação análoga aos EUA. mas em uma menor proporção. Não podemos esquecer das nossas Organizações Criminosas, e que o Blog também as considera como grupos terroristas domésticos.
É notório que os governos que possuem um viés populista facilitam a propagação de tais grupos terroristas de extrema direita e esquerda, pois criam um ambiente interno de polarização e permitem a deturpação dos valores nacionalistas e conservadores. Tal situação é potencializada por uma situação interna de grande desigualdade social e de economia combalida. Nesse diapasão a pandemia da COVID-19 aumentou o problema da radicalização interna, devido ao aumento do desemprego, incrementando o sentimento de frustração e de ódio dos membros desses grupos.
O Blog é de opinião que o nosso país deve ficar vigilante e bastante atento para o fenômeno do terrorismo doméstico, por meio de leis que forneçam uma segurança jurídica para combater esse fenômeno, investimento em inteligência e em suas forças policiais, pois já há casos no nosso país. Vimos o que aconteceu nos EUA e que isso sirva de alerta para as nossas instituições governamentais e sociedade. Além disso, o terrorismo fundamentalista islâmico é resiliente e deve continuar a ser monitorado mundialmente e pelo nosso país.
Não devemos permitir que políticas exógenas ao nosso país afetem a segurança do nosso Estado e da nossa população, prejudicando a nossa economia e atingindo a nossa credibilidade internacional.
Qual a sua opinião sobre o assunto? Devemos nos preocupar com o terrorismo doméstico? Você acha que temos grupos de extrema direita e esquerda atuando no Brasil?
Seguem alguns vídeos sobre o tema para nos ajudar em nossas análises:
Matéria de 12/01/2021:
Matéria de 25/03/2020:
Matéria de 01/09/2017:
Matéria de 29/08/2020:
Matéria de 11/01/2021:
Matéria de 17/02/2020:
Matéria de 02/11/2017:
Matéria de 16/06/2020:
Matéria de 30/09/2020:
Matéria de 06/07/2019:
Matéria de 02/06/2020:
Matéria de 10/09/2020:
Matéria de 01/09/2020 (em português):
Matéria de 20/03/2019 (em português):
Matéria de 12/10/2013 (em português):
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