A Força de Submarinos da Marinha dos EUA (US Navy) possui uma importância crucial no tocante a dissuasão estratégica, bem como para contribuir com os outros meios navais da US Navy nas tarefas de ataque a objetivos militares em terra por meio dos seus mísseis de cruzeiro Tomahawk. Além disso, possui outras tarefas específicas. Sua missão pode ser visualizada abaixo:
Undersea Forces will be ready to conduct prompt and persistent combat operations across all aspects of undersea warfare. This includes strategic deterrence, indications and warning (I&W), antisubmarine warfare (ASW), surface warfare (SUW), precision strike, mining, subsea and seabed warfare (SSW), and enabling Special Operations Forces (SOF). We leverage our asymmetric advantages to deter war and, if deterrence fails, to gain decisive military advantage. The Joint Force depends on us to be ready, agile, and the embodiment of our warfighting ethos.
Convém mencionar que todos os submarinos, cerca de 69, da US Navy possuem propulsão nuclear, são altamente tecnológicos e têm alta letalidade. São divididos em 3 categorias principais:
Submarinos de Ataque (Ship Submersible Nuclear powered - SSN) - Atualmente possui na ativa cerca de 41 SSN divididos em 3 Classes: Los Angeles (29 unidades), Seawolf (03 unidades) e Vírginia (19 unidades). Os SSN podem realizar múltiplas tarefas desde lançamento de mísseis de cruzeiro, infiltração e exfiltração de tropas especiais até busca e destruição dos submarinos balísticos nucleares (SSBN). Os submarinos da Classe Virginia foram projetados para substituir gradativamente os da Classe Los Angeles possuindo várias inovações tecnológicas, bem como, devido ao aumento das ameças assimétricas, têm maior capacidade para operar com Forças Especiais, além de realizar operações mais próximas do litoral. Os Seawolf são excelentes submarinos e foram projetados para sobrepujar os submarinos russos, mas devido ao seu de construção não foram construídos mais desse submarino. Todos os SSN operam com os torpedos MK 48, podendo empregar até 12 mísseis Tomahawk e Harpoon, bem como pode lançar minas;
Submarinos de Lançamento de Mísseis Guiados (Ship Submersible Guided missile Nuclear powered - SSGN) - A US Navy decidiu transformar 4 Submarinos Balísticos Nucleares (SSBN) da Classe Ohio em SSGN, com isso cada SSGN pode armazenar cerca de 154 mísseis de cruzeiro Tomahawk para ataque a objetivos terrestres, e operar com equipes de até 66 Elementos de Forças Especiais. A intenção é transformar os SSGN em unidades primordiais para a futura capacidade de combate da US Navy trazendo maior flexibilidade, e aproveitando a sua grande capacidade de comunicações. Operam com torpedos MK48 e os mísseis de cruzeiro Tomahawk;
Submarinos Balísticos (Ship Submersible Ballistic missile Nuclear powered - SSBN) - São 14 SSBN da Classe Ohio, também conhecidos como boomers, que carregam até 24 mísseis balísticos intercontinentais Trident II D5 com capacidade de transportar ogivas nucleares. Realizam patrulhas de deterrência de longa duração, onde normalmente permanecem 77 dias em patrulha e 35 dias em manutenção no porto. Devido a essa tarefa extenuante possuem duas tripulações conhecidas como Blue e Gold que se revezam. Operam com torpedos MK 48.
Para tanto é dividida em duas Forças de Submarinos:
Submarine Force Pacific - possui cerca de 17 SSN Classe Los Angeles, 03 SSN da Classe Seawolf, 05 SSN Classe Virginia, 02 SSGN Classe Ohio e 08 SSBN da Classe Ohio;
Submarine Force Atlantic - possui cerca de 12 SSN Classe Los Angeles, 14 SSN Classe Virginia, 02 SSGN Classe Ohio e 06 SSBN da Classe Ohio;
As suas principais bases são:
Naval Base Kitsap - Bangor no Estado de Washington;
Naval Station Pearl Harbour no Estado do Hawaii;
Naval Submarine Base New London no Estado de Connecticut;
Naval Submarine Base Kings Bay no Estado da Georgia;
Naval Station Norfolk no Estado da Virginia;
Naval Base San Diego no Estado da Califórnia.
A US Navy lançou o projeto de 9.4 bilhões de dólares para a substituição dos seus SSBN Ohio para uma nova classe denominada Columbia com uma maior capacidade de ataque nuclear.
Em 24 de setembro de 2020 o Vice Adm. Daryl Caudle, Commander, Submarine Forces, e Rear. Adm. Blake Converse, Commander, Submarine Force Pacific divulgaram o documento o COMMANDER’S INTENT 3.0 - U.S. Submarine Force and Supporting Organizations, acessível no Blog em https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_74415ddb6e9c49fd88122826bcd3ee6e.pdf, que expressa claramente as operações da Força de Submarinos dos EUA e mostra o estado final desejado, e incentiva a todos os subordinados a se prepararem adequadamente para o combate. Ademais aponta os principais competidores e ameaças como a Rússia, China, Irã, Coreia do Norte e Organizações Violentas Extremistas, além das regiões de maior interesse. No Conceito de Operações é dada ênfase em:
Enhance Strategic Deterrence;
Integrate Combat Power with the Joint Force;
Enable All-Domain Maneuver Warfare.
Os SSN também apoiam, durante as suas patrulhas, por meio de inteligência os Grupos-Tarefas da US Navy, como os Carrier Strike Groups, baseados em porta-aviões.
Apesar das ameaças citadas no documento acima, as principais são os submarinos russos que foram abordados no nosso artigo "Poder Naval: Força de Submarinos Russa - maior ameaça submarina da atualidade", que pode ser acessado em https://www.atitoxavier.com/post/poder-naval-força-de-submarinos-russa-maior-ameaça-submarina-da-atualidade, e os chineses, pois a estimativa é que até 2030 sejam ultrapassados por eles como a maior força de submarinos no mundo, no momento a marinha da China possui cerca de 66 submarinos.
No período em que servi no US Fleet Forces Command a minha percepção foi que os Comandantes dos Submarinos da US Navy possuiam um perfil muito mais de engenheiro nuclear do que tático, e sendo assim, na minha opinião, é uma vulnerabilidade dessa Força de Submarinos que precisa ser aprimorada.
Recentemente, no dia 12 de fevereiro, foi verificado que o USS Greeneville (SSN 772) estava operando no Atlântico Sul nas proximidades das Ilhas Malvinas, coincidentemente uma semana após do USCGC Stone operar na região, visando combater a pesca ilegal, esse evento foi analisado no Blog no artigo "Os EUA e o início da preocupação com o Atlântico Sul - aumento da dark fleet chinesa", acessível em https://www.atitoxavier.com/post/os-eua-e-o-início-da-preocupação-com-o-atlântico-sul-aumento-da-dark-fleet-chinesa .
A US Navy possui um projeto para manter a sua supremacia na guerra submarina que é o desenvolvimento do Extra-large Uncrewed Underwater Vehicles (XLUUVs) que teria por finalidade executar as tarefas dos atuais submarinos, o que no futuro poderá diminuir o número de submarinos tripulados.
O Blog é de opinião de que a Força de Submarinos dos EUA é estratégica para a dissuasão contra agressões ao país, e que atualmente possui dois grandes adversários que são os russos e os chineses, em que pese a alta tecnologia e letalidade dos submarinos estadunidenses. Outrossim, acreditamos que, apesar das inúmeras tarefas dessa força, haverá o aumento da presença de um SSN dos EUA patrulhando o Atlântico Sul, devido ao incremento da presença chinesa nessa área marítima, notadamente na região africana.
Qual a sua opinião sobre o assunto? Você acredita que haverá SSN estadunidense operando no Atlântico Sul?
Seguem alguns vídeos para ajudar em nossa análise:
Matéria de 19/11/2020:
Matéria de 06/11/2015. Apesar de ter mais de cinco anos, achamos interessante colocar o vídeo, pois traz informações relevantes, convém observar que o número de submarinos está defasado:
Matéria de 06/11/2019:
Matéria de 22/12/2020. Esse vídeo foi considerado por nós um dos melhores a descrever a Classe Seawolf:
Matéria de 26/08/2013:
Matéria de 05/05/2014:
Matéria de 11/04/2020:
Matéria de 15/01/2021:
Matéria de 26/08/2020:
Matéria de 08/11/2020:
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