top of page

Os BRICS poderão ter a sua relevância incrementada no cenário internacional? Parte III - Turquia.


Figura disponível em https://iadsb.tmgrup.com.tr/786be7/0/0/0/0/1804/1206?u=https://idsb.tmgrup.com.tr/2018/07/27/erdogan-turkey-seeks-to-enhance-collaboration-with-brics-countries-1532716174091.jpg

No nosso artigo "Os BRICS poderão ter a sua relevância incrementada no cenário internacional?", de 14 de julho de 2022, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/os-brics-poderão-ter-a-sua-relevância-incrementada-no-cenário-internacional, afirmamos que o grupo dos BRICS poderá se tornar uma união de governos com regimes autoritários, e com isso demos alguns exemplos de países com este viés, dentre eles citamos a Turquia.

Nesse sentido, no dia 04 de junho, o governo de Moscou manifestou a sua grande satisfação em relação ao desejo turco de fazer parte dos BRICS, e afirmou que essa candidatura seria discutida no próximo encontro do grupo. Assim, no dia 14 de junho, durante a cúpula do G7, o presidente turco solicitou o apoio do Brasil no tocante ao pleito do seu país. Outrossim, a Turquia, além dos apoios russo e brasileiro, conta também com a anuência chinesa.

Segue a declaração do Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan:


"É claro que gostaríamos de fazer parte do BRICS. Vamos ver o que podemos conseguir este ano" (fonte: https://tvbrics.com/pt/news/turquia-anuncia-seu-desejo-de-ingressar-no-brics/)


Acreditamos que o governo de Ancara não encontrará objeções por parte da África do Sul, restando compreender qual será o posicionamento da Índia.

Convém mencionar que a manifestação turca de ingressar no BRICS trouxe várias preocupações para o Ocidente (EUA e os seus aliados europeus), pois trata-se de um país que faz parte da OTAN e possui um posicionamento geográfico estratégico, considerado como o "portão" que separa a Ásia da Europa, e estaria entrando num grupo que tem a Rússia (considerada uma grande ameaça militar) e a China (julgada como o principal adversário na disputa pela hegemonia geopolítica).

Figura disponível em Google Maps

Não podemos esquecer que a Turquia tem sido encarada como uma potência militar em ascensão.

No nosso artigo "Ascensão turca: chega de ceder!" de 06 de julho de 2020, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/ascensão-turca-chega-de-ceder, dentre várias análises apresentadas, dissemos que a Turquia apesar de ser um membro da OTAN, com o segundo maior exército e o quinto em contribuição financeira para a Aliança, sua aceitação na União Europeia encontrava-se paralisada, e que havia sofrido algumas sanções devido ao tratamento dispensado aos curdos e as suas políticas autoritárias.

Nesse contexto, em nossa opinião, fica claro que os europeus possuem uma forte rejeição contra a possível entrada na União Europeia de um Estado majoritariamente islâmico, ainda mais quando existe a tendência do aumento do protagonismo da extrema direita nos assentos do parlamento europeu.

Assim sendo, a entrada da Turquia no BRICS+ (antigo BRICS incrementado com a adesão dos novos membros em janeiro de 2024) aumenta a relevância do grupo no cenário internacional, e reforça todas as análises que apresentamos nos artigos "Os BRICS poderão ter a sua relevância incrementada no cenário internacional?" e "Os BRICS poderão ter a sua relevância incrementada no cenário internacional? Parte II", de 26 de agosto de 2023, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/os-brics-poderão-ter-a-sua-relevância-incrementada-no-cenário-internacional-parte-ii, que recomendamos a leitura para contextualizar melhor o leitor.

Figura disponível em https://www.ena.et/web/eng/w/eng_3808064

Logo, em nossa análise, o atual movimento geopolítico turco pode ser compreendido de duas formas:


A) A Turquia não acredita que será admitida na União Europeia, com isso o BRICS+ é uma alternativa real e viável para que o país possa expandir o seu comércio, desenvolvendo uma outra frente de comércio, complementar a que possui atualmente com a Europa; e aumentar o seu protagonismo no mundo, principalmente, porque a Arábia Saudita e o Irã, que são importantes países islâmicos, já fazem parte do grupo desde janeiro deste ano; e


B) A intenção da Turquia em manifestar oficialmente o seu desejo de ingressar no BRICS+ teria o objetivo de "pressionar" a União Europeia para que ela acelere a aprovação da entrada turca nesse grupo, que está paralisada.


Dessa forma, acreditamos que a opção A), conforme o seu cenário apresentado, é a que explica melhor a opção turca de ingressar no BRICS+.

O Blog é de opinião que o BRICS+ tem potencializado o interesse dos países emergentes que buscam alternativas econômicas e que não desejam se sujeitar as imposições do Ocidente. Com isso, esse grupo apresenta-se como um "contraponto" a atual Ordem Mundial.

Dessa forma, concluímos que continuam válidas as análises constantes nos artigos "Os BRICS poderão ter a sua relevância incrementada no cenário internacional?" e "Os BRICS poderão ter a sua relevância incrementada no cenário internacional? Parte II".

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para a nossa análise:

Matéria de 12/06/2024:

Matéria de 08/06/2024:

Matéria de 07/06/2024:


Comments


bottom of page