Este século está sendo marcado pelo emprego maciço de novas tecnologias no campos de batalha, além da necessidade de operar em múltiplos ambientes. Onde os drones, mísseis cada vez mais precisos, ferramentas cibernéticas de ataque e o uso extensivo das Inteligências de Sinais e de Informações têm dominado as análises de estudiosos civis e militares, bem como têm sido uma grande preocupação para os setores de defesa dos Estados. Alguns exemplos podem ser verificados nas Guerra da Líbia, da Síria e no conflito entre a Armênia e o Azerbaijão.
Esses conflitos foram abordados pelo Blog em vários artigos que podem ser acessados em nossas seções sobre a África e a Ásia. Além disso, em nossos artigos:
"Guerra do futuro: devemos olhar adiante para nos prepararmos, e com isso devemos sair da caixa", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/guerra-do-futuro-devemos-olhar-adiante-para-nos-prepararmos-e-com-isso-devemos-sair-da-caixa, verificamos que os sistemas antiacess/area denial - A2/AD têm colocado vários obstáculos à projeção clássica de poder por meio de operações anfíbias, bem como a aproximação de forças oponentes vindas pelo mar, que o globo tem se tornado cada vez mais tecnológico, e o espaço cibernético tem permeado todas as áreas do nosso dia a dia, impactando na segurança das informações digitais, comunicações, sistemas da dados táticos, sistemas de armas e por aí vai, sendo necessário ter-se setores robustos de defesa cibernética, tornando-se preocupante a constante diminuição dos conceitos éticos e morais nos conflitos atuais. Além disso, afirmamos que em médio prazo veremos a disputa pelo espaço entre as grandes potências, e isso terá impacto nos demais países;
"A revolução 4.0 e os impactos nos setores de defesa. A corrida pela supremacia militar", acessível em https://www.atitoxavier.com/post/a-revolução-4-0-e-os-impactos-nos-setores-de-defesa-a-corrida-pela-supremacia-militar, afirmamos que estamos entrando numa era que será marcada pelo uso intensivo da Inteligência Artificial, notadamente nas forças armadas, que estão em desenvolvimento embarcações e aeronaves não tripuladas com elevada capacidade de combate, mas alguns aspectos éticos devem ser solucionados, como até que ponto tais meios poderão decidir engajar com os alvos selecionados, bem como o domínio de tais tecnologias disruptivas poderá desbalancear o poderio militar, impactando fortemente na geopolítica mundial.
Nesse sentido, as Marinhas de Guerra começam a enfrentar um dilema no tocante a projeção de poder contra Estados que possuem sistemas A2/AD para suas defesas costeiras, pois contam com a facilidade de apoio logístico, como recarregamento dos mísseis de longo alcance anti-superfície e nos mísseis antiaéreos. Além disso, os Estados têm investido em satélites de imagem que podem auxiliar na detecção de forças navais oponentes com grande antecedência, cujas análises são potencializadas e se tornam cada vez mais rápidas e precisas, por meio da Inteligência Artificial - IA.
Dessa forma, em que pese as modernas tecnologias furtivas empregadas nos novos meios navais, eles ficam mais suscetíveis de serem detectados pelas novas tecnologias citadas acima.
Nesse cenário, o emprego de Operações Anfíbias e da neutralização de alvos em terra por meios navais de superfície precisam ser reanalisadas, visando diminuir o risco e a ameaça dos modernos sistemas de defesa A2/AD, e com isso a frase de Lord Nelson continua atual, "a ship’s a fool to fight a fort", em que o forte seriam os referidos sistemas de defesa, bem como a teoria de Alfred Thayer Mahan sobre "fortress fleet", que resumidamente versa sobre uma marinha que opera quase exclusivamente sob a cobertura de apoio de fogo baseado em terra. Na atualidade, a China tem empregado esses conceitos em sua estratégica naval, com o intuito de fazer frente a ameaça estadunidense.
Sendo assim, compreende-se a importância da disputa pelo ambiente espacial que pode afetar as Inteligências de Imagem e de Sinais, e para tanto faz-se necessário ter meios de se contrapor as interferências cibernéticas nos sistemas de controle satelitais, de Comando de Controle da Força Naval, além de pensar em meios alternativos caso sejam perdidos os sinais dos satélites militares.
Uma possibilidade tática, que pode surgir, seria o uso extensivo de drones de ataque de longo alcance, visando saturar as defesas costeiras possibilitando a aproximação, a posteriori, da força naval oponente. Com isso, poderemos ver o surgimento de porta-aviões especializados em operação de veículos aéreos não tripulados. É digno de nota que os EUA vêm desenvolvendo aeronaves desse tipo lançados por seus porta-aviões, como o X-47B.
É esperado o uso maciço de drones por meios navais, tanto lançados por meio de superfície quanto por submarinos. pois a cada dia aumenta a necessidade de reconhecimento e de ataques que preservem a integridade das tripulações.
Outros temas que carecem reflexão são no tocante as guerras antissubmarino e a de minas, pois várias tecnologias e veículos remotos têm sido desenvolvidos, o que dificultarão o emprego de submarinos e a eficácia do uso das minas navais.
Nesse diapasão, os EUA, preocupados e atentos a esses novos desafios, planejaram em seu documento, de 09 de dezembro de 2020, intitulado Report to Congress on the Annual Long-Range Plan for Construction of Naval Vessels, e disponível no Blog em https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_1b63c04777da41e296129e827cffb4d9.pdf, estabeleceram a meta de construção de veículos remotos não tripulados de superfície e submarinos até 2045.
O Blog é de opinião de que o Século XXI vem trazendo vários desafios as Forças Armadas, e em especial para as Marinhas de Guerra. Dessa forma, existe a necessidade, por parte dos Estados, de realizar uma atualização em suas estratégias marítimas, frente a Guerra do Futuro. Ademais, investimentos em tecnologia são fundamentais sob risco das Marinhas ficarem anacrônicas, pois a era da Revolução 4.0 se aproxima.
Outrossim, as Inteligências de Sinais e de Informação devem ser tratadas cada vez mais com seriedade.
Qual a sua opinião? O que a nossa Marinha deve fazer?
Seguem alguns vídeos para análise:
Matéria de 03/11/2020:
Matéria de 16/11/2020:
Matéria de 31/01/2018:
Matéria de 20/04/2017:
Matéria de FEV/2021:
Matéria de 04/02/2018:
Matéria de 07/05/2019:
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