Estamos vivenciando um período, em nossa visão, extremamente instável e que temos chamado como "um mundo mais imprevisível e menos seguro". Assim, em nosso artigo "Mundo mais imprevisível e menos seguro. Precisamos nos preocupar?", de 28 de novembro de 2023, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/mundo-mais-imprevisível-e-menos-seguro-precisamos-nos-preocupar, afirmamos que após o período da Guerra Fria (1991) o mundo nunca gastou tanto em investimento militar, denotando que estamos numa corrida armamentista impulsionada pela atual competição entre as grandes potências, como no passado, e que tem-se verificado um aumento das tensões e dos conflitos no nosso planeta. Nesse sentido, concluímos que, por falta de um Ator que possa estabilizar e distensionar as crises, está ocorrendo, de forma constante, a ameaça do uso da força, por parte de Estados mais fortes militarmente, com o intuito de resolver disputas territoriais, bem como para reivindicar regiões que, devido a fatores históricos e econômicos, ainda encontram-se, de alguma forma, em litígio entre alguns países, demonstrando que ambições geopolíticas estão aflorando a cada dia.
No nosso artigo "A Guerra do Futuro já chegou?", de 15 de novembro de 2022, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/a-guerra-do-futuro-já-chegou, dissemos que que a Guerra do Futuro já se faz presente nos conflitos de hoje.
Ademais, em outro artigo que publicamos chamado "Reflexão: Estamos no prenúncio da Terceira Guerra Mundial ou já a estamos vivenciando?", de 19 de março de 2022, que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/reflexão-estamos-no-prenúncio-da-terceira-guerra-mundial-ou-já-a-estamos-vivenciando, dissemos que se olharmos e analisarmos atentamente os conflitos relativos ao ano de 2021, que relacionamos nesse artigo, de forma sistêmica e integrada, poderíamos verificar que já está em andamento, desde o início do Século XXI, uma "guerra internacional" entre as grandes potências e aliados, seja por meio da economia, espaço cibernético, campo da informação, uso de proxies (guerra indireta) e política. Logo, começaríamos a ver a real divisão do mundo que está ocorrendo, mostrando uma nova Ordem Mundial em movimento. Portanto, poderíamos inferir que a Terceira Guerra Mundial - III GM, que está em andamento desde o início deste Século, notadamente a partir de 2006, se diferencia das anteriores por não envolver diretamente as forças militares das principais potências, mas por uma guerra agressiva nas outras áreas, inclusive com destruição e ataques às infraestruturas críticas, bem como às economias oponentes, e que a cada dia vai escalando e perdendo o controle, onde um erro de cálculo daria origem a Quarta Guerra Mundial - IV GM, com o uso de armas nucleares. Dessa forma, já estaríamos presenciando a III GM, que apresenta uma forma diferente de embate, e que lança as bases para a próxima (IV GM), que será o embate direto entre Estados com força militar e nuclear.
Nesse contexto, recomendamos a leitura do livro, publicado na China em fevereiro de 1999, escrito por dois coronéis chineses: Qiao Liang e Wang Xiangsui, intitulado (em português): "A Guerra Além dos Limites: conjecturas sobre a guerra e a tática na era da globalização", que aborda atitudes e procedimentos que extrapolam as táticas militares, em que se pode vencer uma guerra sem dar um disparo (sem ações cinéticas), e que com isso podemos ver a sua aplicação nos dias atuais, ainda mais com o atual desenvolvimento tecnológico.
Assim, nesse cenário, entende-se o motivo descrito no livro "Desvendando os Jogos de Guerra: uma introdução no assunto"* sobre o aumento da utilização, por parte das grandes potências, da metodologia dos Jogos de Guerra, que se presta a analisar e investigar problemas complexos, como planejamentos militares, o que vem cada vez mais demandando a elaboração de cenários prospectivos para a análise de potenciais conflitos. Recomendamos a leitura do artigo "Como os Jogos de Guerra podem minimizar as surpresas nos possíveis conflitos?", de 13 de janeiro de 2023, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/como-os-jogos-de-guerra-podem-minimizar-as-surpresas-nos-possíveis-conflitos.
Com a Guerra da Ucrânia ressurgiu o temor de um conflito nuclear, e que abordamos no artigo "Mais um capítulo do Conflito da Ucrânia: me dê motivo", de 26 de março de 2023, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/mais-um-capítulo-do-conflito-da-ucrânia-me-dê-motivo, em que afirmamos que Putin escalava a tensão com o Ocidente, e iniciava uma nova Guerra Fria, ao restabelecer armas nucleares táticas na Bielorússia, como no período da ex-União Soviética, fazendo com que a estratégia de Destruição Mútua Assegurada, ou Mutual Assured Destruction - MAD, retornasse com força ao cenário internacional.
Logo, podemos afirmar que estamos vivendo uma nova Guerra Fria, só que mais complexa e perigosa que a anterior (EUA e ex-União Soviética), pois agora além da Rússia, temos a China, ou seja, temos uma "Guerra Fria Dupla".
Tal ameaça nuclear ganha mais força e destaque com o recente pronunciamento do presidente francês Emannuel Macron, afirmando que a Ucrânia não pode perder a guerra, e que cogita enviar tropas francesas, tendo uma resposta dura de Moscou, que se isso acontecesse os russos estariam prontos para uma guerra nuclear.
Como sabemos que a mídia e o setor de entretenimento estão sempre atentos aos movimentos geopolíticos, compreende-se o lançamento, pela NETFLIX, da série "Ponto de Virada: A Bomba e a Guerra Fria", bem como os inúmeros debates ao vivo de analistas geopolíticos sobre a ameaça nuclear.
Portanto, ratificamos a conclusão apresentada no artigo "Mundo mais imprevisível e menos seguro. Precisamos nos preocupar?", mencionado no início deste texto:
"[...] em virtude de estarmos num período de instabilidade global, existe a obrigatoriedade de se ter uma inteligência estratégica que acompanhe os movimentos geopolíticos com a devida atenção, a fim de assessorar o Poder Político na preparação do Estado para "transitar" com maior segurança neste mundo mais imprevisível e menos seguro, que temos constantemente alertado. Dessa forma, o descaso dos governos brasileiros com os assuntos de inteligência estratégica e de defesa poderá cobrar um preço que, ainda, não estamos preparados para "pagar", pois afinal as "turbulências" não ficam restritas as regiões longínquas, haja vista que temos observado algumas crises se aproximando de nossas fronteiras tanto marítimas quanto terrestres. Portanto, devemos nos preocupar com o que acontece no mundo, pois o que ocorre no exterior poderá impactar em alguma medida no nosso território."
Assim, com o exposto neste artigo, o Blog é de opinião que o Século XXI poderá ser o mais perigoso dos séculos, por toda a complexidade de mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo) somado ao BANI (frágil, não linear, ansioso e incompreensível).
Por conseguinte, devemos dar a devida atenção os estudos geopolíticos, as assessorias da Inteligência Estratégica nos processos de tomada de decisão, bem como as análises dos Jogos de Guerra, com o intuito de evitarmos surpresas indesejáveis.
Qual a sua opinião?
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Seguem alguns vídeos para ajudar em nossa análise:
Matéria de 27/02/2024:
Matéria de 29/02/2024:
Matéria de 30/11/2021:
Matéria de 11/11/2021:
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