A área marítima de Israel, apesar de pequenas dimensões, tem ganhado grande importância devido as reservas de gás que foram descobertas e que possibilitarão incrementar a segurança energética e a economia do país. Além disso, existe uma região que está sendo disputada com o Líbano, que poderá maximizar a exploração de gás pelo governo de Tel Aviv, conforme podemos ver nas figuras abaixo:
Tal disputa é estratégica, pois permitirá Israel ter acesso as reservas de gás nas águas jurisdicionais libanesas, bem como para o governo de Beirute devido a urgência de iniciar a exploração dos recursos com o intuito de dinamizar a sua combalida economia. Ambos os países têm discutido a questão com a mediação dos EUA.
Não podemos esquecer que existem outros interesses envolvidos, como o Irã que, por meio do seu aliado Hezbollah, poderá atrapalhar as negociações.
Outro fato digno de nota é que Israel pretende exportar gás para a Europa, por meio de parceria com a Grécia e o Chipre, através de gasoduto até a Itália. Ademais, o gasoduto fica nas proximidades da Faixa de Gaza, onde o grupo Hamas poderá realizar ações contra essa exportação.
Essa parceria sem a participação turca foi, também, um dos motivos que potencializou a crise com a Grécia, referente a prospecção de gás nas proximidades do Chipre, e que abordamos nosso artigo: "Grécia e Turquia: relação tensa. Parte II", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/grécia-e-turquia-relação-tensa-parte-ii .
Existem plataformas de exploração de gás nas águas jurisdicionais israelenses, e que carecem de proteção contra possíveis atentados terroristas e ataques perpetrados pelo Irã, Hezbollah ou Hamas.
Nesse cenário, a relevância da marinha israelense está crescendo, pois as ameaças marítimas estão aumentando, devido aos seguintes fatores:
necessidade de proteção de suas plataformas de exploração de gás;
necessidade de proteção do seu tráfego marítimo que irá aumentar cada vez mais, em virtude da exploração e exportação de gás(navios Offshore etc);
necessidade de proteção dos gasodutos marítimos;
política assertiva turca no Mediterrâneo Oriental, visando garantir a sua segurança energética, o que está levando uma militarização da região;
implementação de base naval russa na Síria;
disputa de área marítima com o Líbano;
diversidade de ameaças assimétricas na região (Hezbollah e Hamas);
deterrência contra possíveis agressões ao território israelense vindas do mar, com o desafio de defender uma área que abrange o dobro da dimensão do território terrestre.
Além dos fatores citados acima, vemos na figura abaixo que existem nas proximidades das águas jurisdicionais israelenses outros campos de gás que poderão em futuro próximo originar disputas geopolíticas.
Dessa forma, o governo israelense tem realizado grandes investimentos em sua marinha, dotando-a de meios modernos como as novas Corvetas Classe Sa’ar 6 (com 90% dos sistemas de combate com desenvolvimento nacional, com o primeiro navio recebido em novembro de 2020) e os submarinos convencionais Classe Dolphin que possui capacidade de lançar mísseis com ogivas nucleares. Além disso, não podemos esquecer de seus navios patrulha que operam próximo a costa.
O Blog é de opinião de que a marinha israelense vem ganhando destaque no seu setor de defesa, devido as ameaças que ora se apresentam, e que os investimentos realizados na modernização dessa força armada a colocarão como uma das mais modernas no cenário internacional, o que faz com que ela saia de um segundo plano, pois a história militar israelense sempre deu destaque as forças terrestre e aérea.
Nesse diapasão, Israel se transformará em uma potência naval em médio prazo, o que deixará a região do Mediterrâneo Oriental bastante complexa.
Qual a sua opinião? Você acha que Israel será uma potência naval?
Seguem alguns vídeos para auxiliar a sua análise:
Matéria de 06/08/2015:
Matéria de 02/01/2020:
Matéria de 01/02/2019:
Matéria de 12/01/2016:
Matéria de 14/10/2020:
Matéria de 06/11/2020:
Matéria de outubro de 2020:
Matéria de 26/11/2019:
Matéria de 12/05/2014:
Matéria de 25/09/2020:
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