O Hezbollah surgiu como um movimento de resistência libanesa contra a invasão israelense ocorrida em 1982, durante a guerra civil no Líbano, onde cidadãos desse país, em sua grande maioria xiitas, se organizaram formando uma milícia.
Recebeu treinamento militar do Irã, se transformando em uma respeitável força paramilitar, e posteriormente ganhou status de Partido Político participando ativamente no governo libanês. Seus líderes foram contagiados pelos ideais do Aiatolá Khomeini.
Atualmente é considerado como uma organização terrorista por alguns países como: EUA, Israel, Canadá, Países Baixos, Arábia Saudita e Reino Unido. Porém, internamente no Líbano (Vale do Bekah e na região sul do país) é respeitado e considerado como uma força de defesa contra Israel e de outras ameaças externas, sendo visto como a deterrência libanesa. Teve um papel destacado durante a guerra civil na Síria, lutando juntamente com o Exercito Libanês, na fronteira com a Síria, contra grupos insurgentes e fundamentalistas que pretendiam implementar bases de operações no Líbano.
Devido as suas ligações com o governo de Teerã é empregado por esse país como um braço armado à distância (proxy war). Para tanto, recebe armamento iraniano, dentre eles vários tipos de mísseis e foguetes, além de continuado apoio logístico e ajuda financeira, tanto desse governo quanto da Síria (grande aliado iraniano), bem como de doações de pessoas e de organizações muçulmanas da ramificação xiita. Possui grande importância estratégica para o Irã como o grande aliado não estatal em sua disputa contra Israel, EUA e na "guerra fria"com a Arábia Saudita (sugiro a releitura da postagem: Guerra fria muçulmana: Arábia Saudita x Irã, disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/guerra-fria-muçulmana-arábia-saudita-x-irã.
Além do citado acima, o Hezbollah possui capacidade de atuação internacional, conforme informações de fontes que nos dão conta de sua participação na Guerra da Bósnia, Guerra da Síria, Guerra do Iêmen, apoio ao Irã em 2014 por ocasião do conflito no Iraque, atentados no exterior, possível presença na Venezuela, além de acusações de ligações com alguns cartéis de drogas da América do Sul. Algumas dessas atuações não possuem apoio popular libanês, o que por vezes divide a opinião interna, podendo colocar o país em risco.
Os EUA e a Arábia Saudita têm como um dos principais objetivos comuns na região desarticular a tríade Irã - Síria - Hezbollah. Para tanto, os EUA empregam sanções econômicas ao Irã, e recentemente à Síria, com o intuito de estrangular os governos desses países atingindo o financiamento ao Hezbollah. Em paralelo, o governo saudita apoia alguns grupos jihadistas sunitas na região norte do Líbano, visando enfraquecer essa organização libanesa.
Nesse sentido, o Blog conclui que o Partido de Alá ou Partido de Deus (tradução do nome da organização) é o principal ator não estatal da região, e em virtude da sua importância estratégica tanto para o Irã, quanto para o Líbano possui uma grande relevância na geopolítica do Oriente Médio. Ademais, é considerado por vários analistas como um dos grupos não governamentais mais poderosos no cenário internacional, opinião essa corroborada pelo Blog.
Nesse diapasão, o Hezbollah deve ser uma questão a ser sempre considerada com atenção em qualquer análise sobre o Oriente Médio.
Em 2019, o governo brasileiro anunciou que pretendia classificar o Hezbollah como uma organização terrorista, mas até o momento isso não aconteceu. Investigações apontam que esse grupo vem atuando em território brasileiro junto a grupos criminosos.
Qual a sua percepção sobre o tema?
Seguem alguns vídeos para aprofundarmos a nossa análise:
Os dois vídeos a seguir mostram a versão israelense:
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