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EUA: "O Tirano Amistoso". Falso ou verdadeiro?


Figura disponível em: https://project-manus.mit.edu/wp-content/uploads/2020/02/277-2776493_we-want-you-uncle-sam-we-want-you.jpg

Estamos vivendo uma época de uma nova disputa hegemônica e num cenário cada vez mais complexo e difuso, com isso torna-se fundamental compreender os principais atores internacionais que possuem capacidade de influenciar, em certa medida, a geopolítica mundial.

Atento a isso o Blog criou seções em que o leitor pode, por meio da leitura e análise, tentar compreender e inferir as possíveis tendências, riscos e quais seriam os impactos para o nosso país.

Dessa forma, o presente artigo continuará abordando os EUA, em que apesar de se intitular como o defensor da democracia, dos direitos humanos e das liberdades, esse país é aliado de regimes autoritários e que não prezam pelos direitos humanos, como a Arábia Saudita, dentre outros países, desde que atendam os interesses estadunidenses.

A afirmação acima foi analisada no nosso artigo "Seriam os EUA a maior ameaça a segurança e a democracia mundial?", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/seriam-os-eua-a-maior-ameaça-a-segurança-e-a-democracia-mundial , em que afirmamos que os EUA não estão, atualmente, a altura do seu slogan de "defensor da democracia mundial", mas em nossa visão eles podem ser considerados como uma ameaça a segurança e a paz internacionais, devido a sua política para se manter como potência hegemônica, o que poderá gerar conflitos com os seus principais rivais, em que pese não ser do interesse de nenhuma das partes. Outrossim, não consideramos os EUA uma ameaça as reais democracias, pois o seu caráter intervencionista não ocorre em democracias consolidadas, pois não representam uma ameaça em potencial a esse país. Porém, são um antagonista aos regimes totalitários que não contribuam com os seus interesses nacionais.

Nesse sentido, vemos que os EUA adotam a sua visão realista e pragmática no mundo.

Nos dias 09 e 10 de dezembro de 2021, o presidente Biden organizou a Cúpula pela Democracia, em que contou com a participação de cerca de 100 países, no modo virtual em virtude da pandemia. Vemos que a cúpula adotou o mesmo discurso de defesa da democracia, dos direitos humanos e das liberdades. Além desses temas, o evento abordou o combate ao autoritarismo e a corrupção. Maiores detalhes sobre o evento podem ser obtidos no link https://www.state.gov/further-information-the-summit-for-democracy/.

Porém, na análise do Blog, trata-se de uma iniciativa para tentar isolar geopoliticamente os seus principais adversários, que possuem políticas assertivas e expansionistas como a China e a Rússia, e que não foram convidados para o evento.

Uma parte dos países que não foram convidados possuem uma história de oposição aos EUA como Cuba e Venezuela. O que chamou a atenção foi que países aliados ficaram de fora, como Egito, Arábia Saudita e Jordânia. A Turquia apesar de ser membro da OTAN também não foi convidada. A lista completa pode ser acessada no link https://www.state.gov/participant-list-the-summit-for-democracy/ .

Vários analistas verificaram incoerências na lista dos governos convidados, quando se analisa com o propósito do evento, como as Filipinas. Assim, os analistas são de opinião de que a lista atendeu aos atuais interesses geopolíticos dos EUA, como os que possam contribuir na contenção do expansionismo chinês, que é o principal foco estadunidense da atualidade, bem como para tentar evitar perder a sua zona de influência. A verdade é que a lista de Estados convidados causou vários embaraços políticos aos EUA.

O Blog acredita que o resultado dessa iniciativa poderá criar um nova polarização no mundo, como no período da Guerra Fria, pois nos parece que os EUA pretendem fazer com que os seus valores prevaleçam no mundo, e os países que não se alinharem a eles serão considerados como não confiáveis ou ameaças a paz e a segurança internacionais. Porém, a polarização, em nossa visão, será diferente daquela da disputa entre os EUA e a ex-União Soviética. A percepção é que os EUA pretendem liderar uma nova cruzada geopolítica contra os seus adversários, notadamente a China e a Rússia.

Destarte, acreditamos que são esperadas pressões políticas e econômicas estadunidenses nos países que não formarem ou se alinharem ao seu bloco "democrático".

Na análise do Blog, essa manobra geopolítica estadunidense, que não é inédita e que já foi empregada no passado, poderá facilitar o aumento da influência chinesa no mundo, pois diferentemente do período da Guerra Fria, a China não tem a intenção de impor a sua ideologia ou os seus valores, mas deseja conseguir mercados para conseguir atingir o sonho chinês: ser próspera com segurança.

Assim, o atual discurso estadunidense de defesa de valores democráticos esconde a intenção prioritária de conter o expansionismo chinês, e de pressionar a Rússia para diminuir a assertividade da sua política de segurança do seu entorno, com o intuito de voltar a ser a potência hegemônica.

Nesse diapasão, o título desse artigo faz todo o sentido, ainda mais quando realizamos uma retrospectiva do modus operandi estadunidense após a II Guerra Mundial.

O Blog é de opinião de que a iniciativa dos EUA trará mais instabilidade para o cenário internacional, pois é muito provável vermos a formação de um bloco liderado pelos estadunidenses contra os seus adversários geopolíticos. Assim, continuamos com a nossa afirmação de que vivemos num mundo cada vez mais imprevisível e menos seguro.

Esse cenário deve ser alvo de acompanhamento e análise do nosso governo, a fim de nos posicionarmos e adotarmos uma política que atenda aos nossos interesses.

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para ajudar em nossa análise:

Matéria de 12/11/2021 (achamos o vídeo abaixo muito interessante):

Matéria de 09/12/2021:

Matéria de 09/12/2021:

Matéria de 09/12/2021:

Matéria de 10/12/2021:


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