No nosso artigo "Conflito Israel x Palestina: poderá mergulhar a região em conflito generalizado?", de 13 de maio de 2021, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/conflito-israel-x-palestina-poderá-mergulhar-a-região-em-conflito-generalizado, fizemos uma análise que apontava as raízes dos inúmeros conflitos entre israelenses, palestinos e algumas organizações paramilitares e Estados de maioria islâmica. Assim, recomendamos a releitura do artigo, que contribuirá na compreensão dos motivos do atual ataque palestino.
As causas apontadas no artigo direcionam para um ódio cultivado ao longo de anos, desde a criação do Estado de Israel, e que podemos entender perfeitamente as razões de ambos os lados - pró e contra Israel - mas que não devemos aceitar, pois quem mais sofre são as populações civis envolvidas nesse embate sem fim. Afinal, enquanto os israelenses lutam pela sua sobrevivência, os palestinos lutam contra a repressão e a opressão que sofrem, como a diminuição do seu território, por meio da ocupação de assentamentos permitidos pelo governo de Tel Aviv, e o controle das fontes de água pelos israelenses.
Logo, vemos que um grande catalisador para as Intifadas (revoltas entre palestinos e israelenses), e para os conflitos, é a situação social, que faz com haja um verdadeiro "caldeirão psicossocial", tendo como consequência a formação de gerações conflituosas.
Como temos afirmado em nossos artigos sobre o assunto, os palestinos acabam sendo "massa de manobra" de vários atores externos contra Israel, como o Irã, pois o caos social da Palestina, que poderia ser amenizado pelos países islâmicos que possuem recursos financeiros, não é diminuído, pelo contrário, o que possibilita a formação de milícias contra os israelenses, favorecendo sempre os extremistas de ambos lados, sendo o combustível que os alimenta.
Não podemos esquecer do assassinato do ex Primeiro-Ministro israelense Yitzhak Rabin, que pregava uma paz negociada, por um estudante extremista do seu país, sendo um exemplo do que afirmamos acima.
Convém mencionar, que na região em questão, existem vários atores envolvidos, desde o Ocidente, representado principalmente pelos EUA, Reino e França, até o Irã, Arábia Saudita, Turquia, Rússia e Hezbollah. Também não podemos esquecer da China, em menor grau.
Nesse sentido, o ataque surpresa e covarde do grupo palestino Hamas ao território de Israel, com o sequestro de civis inocentes, acaba sendo justificado por aquele grupo como uma forma de retaliação pela maneira com que os palestinos são tratados, o que leva a uma retaliação violenta de Israel, fazendo com que o ciclo de ódio e da violência continue e se realimente.
A figura abaixo nos dá uma ideia do que falamos acima:
O que nos chamou atenção para esse novo conflito, que está sendo um dos maiores na história recente na região, foram a intensidade do ataque, o planejamento e a organização do Hamas, e, principalmente, a falha dos Serviços de Inteligência israelenses, que são considerados um dos melhores do mundo, como: o MOSSAD (inteligência externa), o Shin Bet (segurança interna), e o AMAN (inteligência militar), que já abordamos na nossa Seção Inteligência, em não alertar sobre um possível ataque do Hamas.
Nesse contexto, deve-se analisar e investigar se o Hamas contou com alguma ajuda de outro ator, como um Estado ou organização, nessa empreitada contra Israel.
Mais uma vez, podemos verificar a presença da guerra de narrativas, de ambos os contendores, que tem estado sempre presente, com o intuito de moldar a opinião pública mundial para um dos lados.
A depender do grau de retaliação israelense, que declarou estar em estado de guerra, a região poderá vivenciar um conflito complexo e de grande intensidade, caso haja a entrada do Hezbollah na área de operações, tragando outros Estados para o combate, como o Líbano, e o Irã prestando apoio logístico com mísseis, drones e outros armamentos. É digno de nota que os EUA já se prontificaram a apoiar Israel.
Assim, a possibilidade deste tipo de conflito, que mencionamos, acontecer é muito alto, ainda mais quando o orgulho militar israelense, considerado um dos melhores exércitos do mundo, foi arranhado por um adversário teoricamente inferior.
Na hipótese disso acontecer, haverá, também, um impacto no conflito russo-ucraniano, pois os EUA, que têm sido um dos principais apoiadores militares da Ucrânia, terá a obrigação de socorrer o seu principal aliado no Oriente Médio, diminuindo, assim, a ajuda à Kiev, o que poderá ser uma oportunidade para a Rússia em desgastar as tropas ucranianas. Logo, o cenário internacional ficará mais complexo. Dessa forma, isso se tornaria um dilema e um desafio para o Governo de Washington.
Assim, podemos inferir que não deverá haver uma Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que aborde o uso da força ou outro tipo de sanção contra ambas as partes para conter o conflito, pois seria vetado pelos russos. O que esperamos é que haja somente uma condenação formal do episódio, e que seja concitado aos envolvidos a resolverem a questão por meio do diálogo.
Portanto, em nossa opinião, isso poderia ser considerada uma tempestade geopolítica perfeita para o caos internacional.
O Blog é de opinião que a análise que fizemos em 2021, citada no início deste artigo, em que afirmamos que enquanto não houver um sério comprometimento da comunidade internacional, esse conflito só terá fim com a resignação palestina ou com a sua eliminação ou expulsão da região, continua válida.
Com base no exposto, esse conflito merece toda a atenção, pois poderá ter grandes impactos na geopolítica mundial.
Qual a sua opinião?
Seguem alguns vídeos para auxiliar a nossa análise:
Matéria de 07/10/2023:
Matéria de 08/10/2023:
Matéria de 08/10/2023:
Matéria de 07/10/2023:
Matéria de 08/10/2023:
Matéria de 08/10/2023:
Matéria de 07/10/2023:
Matéria de 08/10/2023:
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