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China e as Américas Central e do Sul: preocupação para os EUA.


Figura disponível em: https:http://images.china.cn/attachement/jpg/site1007/20140804/001ec949c22b1549742a18.jpg

A China nos últimos 20 anos vem ganhando influência e mercado nas Américas Central e do Sul, bem como no México, em que aproveitou a oportunidade de que durante esse período boa parte dos governos dos países desses continentes serem de viés à esquerda, pois eles enxergavam no governo chinês um alternativa aos EUA.

Em que pese a política assertiva do governo estadunidense, com Donald Trump, em relação ao crescimento global chinês, em que vem minando a imagem que a China tentava construir perante o cenário internacional, bem como a mudança de viés ideológico, para mais à direita, em vários governos da região em lide, a China continua sendo um grande parceiro econômico e protagonista na região.

O governo de Pequim vem realizando parcerias importantes com esses países, com grandes investimentos em infraestrutura, e nos setores de energia, e de mineração. Nesse sentido, uma grande parcela dos governos vem aderindo ao projeto chinês Belt and Road Iniciative (BRI), que tomou um caráter global. Porém, Argentina, Brasil e México, que são as maiores economias da região, não aderiram, por enquanto, a essa iniciativa chinesa.

Convém mencionar que a abordagem chinesa é bem diferente da estadunidense, em que enquanto o último prega a China como um "império do mal", o outro discute parcerias econômicas, o que o faz mais sedutor, pois atende as necessidades dos Estados necessitados.

Atentos e preocupados ao aumento do protagonismo chinês em sua área de influência, os EUA estudam a possibilidade de financiar projetos desses países, com o intuito de tentar recuperar o que foi perdido politicamente, criando um setor que possa coordenar essa iniciativa.

Um exemplo marcante da influência chinesa na região pode ser exemplificada na foto abaixo, em que vemos a China ao centro com os demais países da região ao entorno:

Figura disponível em: https://cdn.cnn.com/cnnnext/dam/assets/200815111847-latam-china-us-covid-diplomacy-intl-super-169.jpg

Recentemente tem sido observado um aumento da xenofobia contra chineses por parte da população dos países que tiveram mudança de governo. Porém, a maior parte dessas populações concordam que a China é muito importante para a economia de seus países.

Durante a pandemia da COVID-19, o governo chinês aproveitou a chance para consolidar a sua influência com os governos caribenhos e sul-americanos, bem como tentar diminuir a sua rejeição, que vem aumentando em alguns países da região, por meio de doação de respiradores, kits de testagem e máscaras, estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento de vacinas, e ajuda econômica por meio de empréstimos. Tal chance não foi aproveitada pelos EUA, pelo contrário, a sua política em relação aos países dessa região não foi boa, fazendo com que "perdesse mais terreno"para os chineses.

A China ciente da importância do mercado das Américas, vem abrindo institutos que ministram aulas sobre a sua cultura, idioma e tradição em alguns países dessa região, bem como tem implantado em seu território cursos que estudam a língua e cultura desses países, com o intuito de diminuir a diferença cultural e melhorar a sua aceitação.

Vários analistas vem mostrando a preocupação de que a China esteja implementando a diplomacia da armadilha do débito nas América Central e do Sul, a exemplo do que o Blog analisou em sua postagem: China e a diplomacia da armadilha da dívida, disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/china-e-a-diplomacia-da-armadilha-da-dívida .

A influência geopolítica chinesa na região tem conseguido fazer com que alguns países da América Central deixem de ter laços com Taiwan, como a República Dominicana, El Salvador e o Panamá, visando contar com a ajuda econômica de Pequim. Sendo assim, uma vitória geopolítica chinesa em isolar cada vez mais Taiwan no cenário internacional, ainda mais no "quintal estadunidense". Tal atitude irritou tremendamente os EUA, e aprofundou a divergência com a China.

Nesse cenário, o Brasil enfrenta um grande desafio de se manter neutro na disputa geopolítica entre a China e os EUA ou escolher um lado, principalmente quando a disputa chega na área de influência estadunidense. O atual governo brasileiro tem agido de forma pragmática até o momento, tendo as duas potências como principais parceiros comerciais, mesmo que possua um discurso pró-EUA e anti-China. Além disso, em um momento decisivo do leilão de uma área do pré-sal teve que recorrer ao governo chinês para evitar o fracasso do evento, e cogitou na ajuda chinesa para tentar salvar a EMBRAER.

O Blog é de opinião de que o crescimento da influência geopolítica da China nas Américas Central e do Sul é o resultado da pouca prioridade que os EUA dirigiu a região nos últimos anos. Dessa forma, o governo chinês surgiu para os países da região como uma alternativa à Washington para o atingimento de suas necessidades, incomodando e preocupando o governo estadunidense. Acreditamos que a China está usando a diplomacia da armadilha do débito por meio do seu projeto BRI, com o intuito de garantir as suas necessidades de commodities, e de crescimento econômico.

Resta acompanhar como os EUA reagirão perante ao contínuo apetite chinês em sua área de influência quando a Guerra Fria entre esses Estados se intensifica.

Qual a sua opinião sobre o tema? Poderá ser um troco geopolítico chinês aos EUA, referente ao sudeste asiático? O que o Brasil deve fazer?

Seguem alguns vídeos para podermos refletir sobre o assunto e formarmos opinião:


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