A Turquia é muito importante estrategicamente, devido a deter a saída do Mar Negro para o Mar Mediterrâneo, bem como servir como uma "ponte"entre a Ásia e a Europa, principalmente por servir como uma contenção do continente europeu contra os iranianos e de extremistas do Oriente Médio.
O país possui alguns desafios, como a de integrar a sua parte asiática pobre com a sua parte europeia desenvolvida. Além disso, devido a sua parte oriental ser composta por território de difícil desenvolvimento, possibilita o estabelecimento de possíveis grupos militantes que podem comprometer a sua segurança interna. Ademais, é cercada por vizinhos que apresentam instabilidades políticas, como a Síria e o Iraque, e por outros que querem aumentar as suas áreas de influência como a Rússia e o Irã.
Ao se olhar para a sua parte ocidental, verificamos que a Turquia é a potência dominante sobre os seus vizinhos dos Balcãs.
Conforme podemos ver no mapa abaixo, o território turco possui, também, importância no tocante ao fornecimento de energia à Europa Ocidental, atuando como um "hub", ao permitir que haja a ligação do petróleo e do gás do Oriente, bem como da Russia.
O atual governo tem implementado uma política bastante assertiva no cenário internacional, e alega que o país, pela sua importância e contribuição, não é tratado como deveria pelos seus parceiros e aliados ocidentais.
Apesar de ser um membro da OTAN, com o segundo maior exército e quinto em contribuição financeira para a Aliança, sua aceitação na União Europeia encontra-se paralisada, e sofreu algumas sanções devido ao tratamento dispensado aos curdos e as suas políticas autoritárias.
Nesse sentido, se distanciou da União Europeia, se aproximando da Rússia que é a principal ameaça ao bloco, e usando a sua condição de contenção dos refugiados sírios como "moeda"de barganha.
O governo turco sabe da sua importância estratégica para o mundo ocidental e está usando as suas "cartas" da forma que lhe convém, inclusive com os EUA, pois percebe que a Ordem Mundial está em transição.
Nesse cenário, a Turquia vem mudando a sua política externa e investindo em seu setor de defesa, visando a atingir os seus objetivos geopolíticos, mesmo que para isso tenha que se afastar de alguns aliados, para depois se reaproximar, usando a sua geografia nesse "jogo"geopolítico:
consolidar-se como um "hub"importante de energia para a Europa e a Ásia;
consolidar-se como uma potência eurasiana;
conseguir um assento no Conselho de Segurança como representante muçulmano;
ser aceito na União Europeia.
Com isso, os turcos têm empregado o seu poder militar na Síria e na Líbia, bem como no mediterrâneo, originando crises com alguns países da região como a Grécia, a França e o Egito. Sugiro a releitura das postagens: Grécia e Turquia: relação tensa (disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/grécia-e-turquia-relação-tensa ) e
Líbia: palco de interesses geopolíticos, partes I e II (disponíveis em: https://www.atitoxavier.com/post/líbia-palco-de-interesses-geopolíticos e https://www.atitoxavier.com/post/líbia-palco-de-interesses-geopolíticos-ii-parte ).
Qual a sua opinião sobre o tema? A política assertiva turca poderá iniciar algum conflito regionalizado? Ela conseguirá atingir os seus objetivos geopolíticos?
Seguem alguns vídeos para a nossa análise:
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