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A área de influência russa: o Urso (Rússia) está perdendo o fôlego?


Figura disponível em: https://eurasiaprospective.files.wordpress.com/2020/07/1054616774.jpg

Desde que Vladimir Putin assumiu o poder na Rússia, ele vem tentando recuperar o protagonismo e a influência geopolítica mundial da ex-União Soviética, principalmente na região europeia, como o Blog analisou no artigo: "O renascimento russo e a ameaça à Europa", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/o-renascimento-russo-e-a-ameaça-à-europa .

Para tanto vem adotando políticas assertivas, operando na Gray Zone, conforme abordamos na postagem: "Gray Zone: ambiente de conflito do Século XXI", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/gray-zone-ambiente-de-conflito-do-século-xxi, e no artigo: "A nova "jogada"geopolítica russa contra os EUA", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/a-nova-jogada-geopolítica-russa-contra-os-eua .

Nesse sentido, o governo russo atuou na Chechênia colocando-a sob a sua subordinação, anexou a região ucraniana da Crimeia, manteve o ditador Bashar Al-Assad no poder atuando pesadamente na Guerra da Síria, apoia militarmente o líder da LNA na Guerra da Líbia, mantém forte influência na Bielorrússia, continua a ameaçar à Ucrânia, tenta voltar a atuar politicamente no governo do Afeganistão, bem como busca interferir no processo eleitoral para a escolha do presidente dos EUA, e impõe uma sensação de insegurança na Europa Ocidental, dentre outras iniciativas geopolíticas russas.

A política adotada por Putin é fundamental para a sua permanência no poder, pois a sociedade russa valoriza a sua segurança nacional e um Estado forte, e isso ele tem provido a sua população. Lógico que não podemos nos esquecer que qualquer oposição ao seu governo é ameaçado ou eliminado.

Essas manobras geopolíticas agressivas tiveram como resultado sanções econômicas aplicadas pelos EUA, e pela União Europeia contra o governo de Moscou, fragilizando a economia russa. Aliado a isso, o efeito devastador da pandemia da COVID-19 potencializou o enfraquecimento das finanças russas.

Mesmo com os problemas acima, a Rússia tentou melhorar a sua imagem enviando ajuda médica para alguns países europeus, principalmente a Itália, e para os EUA no início da pandemia, quando ainda não tinha sido fortemente impactada.

Esse cenário de vulnerabilidade econômica russa coincidiu com:

  • a decisão turca de implementar uma política assertiva com o intuito de atingir os seus objetivos geopolíticos, como a sua segurança energética; e

  • a China aproveitando a oportunidade criada pela pandemia para tentar implementar, em menos tempo, o sonho chinês, por meio de oferecimento de empréstimos a países de interesse.

Esses eventos têm sido grandes desafios geopolíticos para Putin, pois a China começa a influenciar no Cazaquistão, e a Turquia tem tipo disputas com a Rússia na Síria, na Líbia, e no conflito entre a Armênia e o Azerbaijão. Tais países estão interferindo em sua área de influência nesse período de fragilidade econômica russa.

Isso tem se refletido na fraca mediação russa nas ineficazes tratativas de cessar fogo no conflito da região de Nagorno-Karabakh, que foram desrespeitadas duas vezes pelos governos armeno e azeri, e na forma discreta como está lidando com a problemática interna na Bielorrússia. Além disso, Putin tem tentado se aproximar do Primeiro-Ministro turco Erdogan, visando amenizar a recém rivalidade entre os seus países, por meio do diálogo.

A última jogada geopolítica russa, em se manter como protagonista no cenário internacional, foi a propaganda da sua vacina contra a COVID-19, a Sputinik V, cuja intenção é de ser o salvador da humanidade, e lógico angariar recursos com a sua venda. Entretanto, a comunidade internacional vê com desconfiança as inciativas russas.

O Blog é de opinião de que a fragilidade econômica russa tem feito com que Putin atue de forma mais ponderada e cautelosa no atingimento de seus objetivos estratégicos, ainda mais devido ao fator sino-turco em sua área de influência geopolítica. Porém, apesar de ter perdido um pouco do fôlego, o Urso (Rússia) ainda tem força suficiente para ser respeitado E assim que a sua economia se recuperar, voltará a assertividade russa habitual.

Qual a sua opinião? A Rússia diminuiu, momentaneamente, a sua assertividade?

Seguem alguns vídeos para analisarmos o tema:

Matéria de 18/10/2020:

Matéria de 17/10/2020:

Matéria de 14/02/2020:

Matéria de 20/02/2020:

Matéria de 19/08/2020:

Matéria de 07/01/2020:

Matéria de 22/10/2019:

Matéria de 29/11/2019:

Matéria de 20/05/2019:

Matéria de 28/04/2019:

Matéria de 08/02/2016:

Matéria de 22/10/2020:

Matéria de 31/05/2017 (vídeo em português):


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