A China, em 2013, lançou o plano "Um Cinturão e Uma Rota" que é mais conhecido como a "Nova Rota da Seda"que em inglês ficou conhecido como "One Belt, One Road". Tal projeto tem o objetivo de expandir a influência chinesa no cenário internacional, e que faz parte do seu "soft power".
O nome do projeto foi baseado na ideia da antiga rota da seda, e num período de grandeza da civilização chinesa, e que pretende reviver o sonho de ser grande novamente, o que está alinhado com a política do "sonho chinês"de Xi Jinping.
A intenção geopolítica chinesa é fazer com que o país seja a potência do Século XXI. Para tanto, pretende estabelecer rotas terrestres e marítimas interligando os mercados europeu, asiático, africano e latino americano com a China, fazendo com que seja o maior plano de investimentos da história da humanidade.
O interesse dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento em participar tem sido crescente, fazendo com que esse projeto fique cada vez maior e ambicioso. Sugerimos a releitura da postagem Dragão sonhador ou dominador? (disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/dragão-sonhador-ou-dominador ).
Nesse contexto, os países do continente africano estão sendo seduzidos pela ideia e expectativa de que haverá o incremento e a modernização das suas infraestruturas, caso participem do empreendimento, o que poderá fomentar o desenvolvimento econômico com a consequente melhoria da qualidade de vida de suas populações.
A pandemia da COVID-19 por enquanto está sendo um entrave ao cronograma de prontificação do projeto, devido as restrições econômicas que atingem todos os governos.
A figura abaixo nos mostra a atual (2020) intenção chinesa de investir na África:
Analistas alertam que o projeto é uma "armadilha" para os países, pois acabariam contraindo grandes débitos, e que por não terem condições de pagar os altos empréstimos, para quitar os investimentos, ficarão a mercê da China, devido as clausulas dos contratos que preveem condições favoráveis ao governo chinês, no caso do país devedor não conseguir saldar a sua dívida. Além disso, os investimentos em portos, possibilitam, também, que navios militares chineses possam receber apoio logístico quando atracados.
A China, logicamente, nega que haja intenção de colocar os países sob a sua influência, e que trata-se meramente de um projeto de desenvolvimento e cooperação com o intuito de gerar riquezas e bem estar.
A "Nova Rota da Seda" na África acirrará a disputa das grandes potências por influência e pelos mercados nesse continente, devido aos vários interesses geopolíticos envolvidos, sugerimos a releitura da postagem: África, palco de disputas geopolíticas. (disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/áfrica-palco-de-disputas-geopolíticas ).
Nesse cenário, podemos ver que o Brasil continua perdendo a influência nos países da África Ocidental, e que constam no seu Entorno Estratégico.
Portanto, a opinião do Blog é que a China pretende, por meio do seu projeto, estabelecer bases navais, bem como se tornar o credor do continente africano, diminuindo o protagonismo dos EUA na região, a fim de garantir mercados fornecedores de recursos para as suas atividades industriais, com o intuito de se consolidar como a potência do Século XXI. Além disso, o Brasil será impactado com a perda da ascendência na África Ocidental, bem como pela competição entre os EUA e a China, e de outros atores, na sua fronteira marítima.
Você concorda? Qual a sua percepção? Os EUA colocarão obstáculos? O Brasil será impactado?
Seguem alguns vídeos para nossa análise (legendas podem ser inseridas):
Comments