A figura acima, que foi elaborada por Inteligência Artificial, demonstra as Forças Armadas israelenses lutando contra os seus inimigos no Oriente Médio, onde elas estão prestes a abrir a Caixa de Pandora, que é um mito grego que conta a origem dos males no mundo, como as guerras, doenças, ódio, dor, fome, pobreza e morte, ou seja, tudo que está acontecendo neste momento naquela região.
Devido a importância geopolítica dessa região, bem como em virtude da possibilidade do atual conflito entre Israel e os seus inimigos escalar ainda mais, podendo atrair outros atores importantes, como Rússia e os EUA, consideramos importante acompanharmos o desenrolar dos acontecimentos, tecendo algumas considerações para reflexão.
Dessa forma, na nossa Seção Oriente Médio, disponível em https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/ori-m%C3%A9dio, temos várias matérias que permitem ao leitor tentar entender o que lá se passa. Assim sendo, sugerimos a leitura dos seguintes artigos, visando auxiliar o leitor em sua abordagem sobre o problema, em que negritamos as datas para permitir uma melhor contextualização temporal:
"A nova configuração do Oriente Médio: bipolaridade Irã x Israel. Parte III - incertezas", de 07 de agosto de 2024, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/a-nova-configuração-do-oriente-médio-bipolaridade-irã-x-israel-parte-iii-incertezas, em que apresentamos várias análises, dentre elas destacamos que haveria todos os ingredientes para a ocorrência de um conflito de alta intensidade no Oriente Médio e que o atual governo israelense estaria fomentando a escalada da crise, visando a manutenção de Benjamin Netanyahu no poder;
"A recente crise militar entre Israel e Hezbollah: possíveis impactos para o Líbano", de 22 de setembro de 2024, que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/a-recente-crise-militar-entre-israel-e-hezbollah-possíveis-impactos-para-o-líbano, dissemos que enquanto as partes envolvidas na atual crise militar (Israel e Hezbollah) não manifestarem que estão satisfeitas com os resultados alcançados, o ciclo de ação - reação - contrarreação continuaria, com intensidade mais forte, podendo deflagrar um conflito de alta intensidade. Além disso, afirmamos que não podíamos esquecer os dilemas que os EUA e o Irã, principais aliados respectivamente de Israel e do Hezbollah, possuíam, pois uma invasão terrestre ao Líbano por parte das tropas israelenses os atrairia para o conflito. Entretanto, falamos que considerávamos muita baixa a probabilidade de ocorrer uma invasão terrestre israelense, em virtude de alguns motivos lógicos que apresentamos no artigo. Apesar disso, a invasão acabou acontecendo. Além do mais, também afirmamos que, infelizmente, o Líbano continuaria sofrendo as consequências do embate entre as partes envolvidas na crise, pois não possui meios para controlar o Hezbollah, e ao mesmo depende dele como dissuasão contra Israel; e
"Hezbollah e sua importância geopolítica no Oriente Médio. Parte II. E agora?", de 28 de setembro de 2024, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/hezbollah-e-sua-importância-geopolítica-no-oriente-médio-parte-ii-e-agora, falamos que a única coisa certa é que o cenário ficaria cada vez mais caótico naquela região, o que nos fez afirmar que, agora, não saberíamos inferir o que acontecerá, pois existem muitas questões abertas e que precisavam ser respondidas, como: "qual será o papel do Irã? (importante frisar que o Irã atacou Israel no dia 01 de outubro)"; "Israel invadirá o Líbano?"(cabe pontuar que Israel invadiu o Líbano no dia 01 de outubro); "qual será a reação do mundo muçulmano?"; "aumentarão os ataques de grupos terroristas aos países ocidentais que apoiam Israel?"; "qual será o papel dos EUA e o impacto nas eleições presidenciais?"; "China e Rússia aproveitarão a oportunidade para atingir algum objetivo geopolítico?". Além disso, afirmamos que assim como a Rússia abriu a sua caixa de pandora na Guerra da Ucrânia, Israel teria aberto a sua caixa na Guerra Total contra o Hezbollah e que, infelizmente, os civis, de ambos os lados, seriam mais uma vez os mais atingidos.
Cabe ressaltar que o Oriente Médio é extremamente complexo, pois envolve primordialmente as "paixões humanas", como disputas religiosas e guerras entre culturas, o que torna o ser humano imprevisível, pois as decisões nem sempre serão guiadas pela razão. Ademais, outro ingrediente que potencializa os conflitos na região é o ódio pelo seu oponente, fazendo com que as regras civilizacionais não sejam respeitadas, como o Direito Humanitário nos Conflitos Armados - DICA e os Direitos Humanos, o que vem acontecendo na atual guerra por ambos os lados.
Portanto, quem se diz civilizado e se comporta como bárbaro na guerra, bárbaro se torna. Daí, podermos concluir que as recentes guerras no Oriente Médio têm sido conduzidas pelo ditado popular "comer o fígado do outro" (impor castigo terrível, as vezes pior que a morte) e não pelo cérebro.
Logo, em que pese alguns analistas de geopolítica apresentarem conclusões lógicas, inclusive o Blog, sobre possibilidades de ações por ambos lados no conflito, elas nem sempre acontecerão, indo muitas vezes em sentido contrário do que foi racionalmente analisado.
É interessante observar que o atual governo de Washington não tem conseguido exercer a sua influência política sobre o governo de Tel Aviv, sendo por vezes surpreendido pelas ações israelenses, em que pese continuar apoiando militarmente Israel em suas operações de ataque e defesa.
Atualmente Israel possui sete frentes (conflitos) abertas, ou seja, estão enfrentando simultaneamente:
Hamas;
Hezbollah;
Houthis;
Milícias xiitas pró Irã no Iraque e na Síria (02 frentes);
Irã; e
Células terroristas em Samaria, Cisjordânia.
O vídeo abaixo do Primeiro-Ministro Netanyahu, aborda isso:
Portanto, como todos grupos não estatais mencionados acima são apoiados militarmente pelos iranianos, trata-se de uma guerra direta e indireta entre Israel e o Irã, que podemos considerar como o principal inimigo israelense.
É importante lembrarmos que Israel, em sua história recente, não teve uma guerra tão longa como a atual, o que revela-se um grande teste para a resiliência das suas tropas terrestres, cuja maior parte dos seus soldados é formada por reservistas.
Cabe mencionar que os combatentes do Hezbollah possuem um melhor treinamento, organização e poder de combate muito superiores aos do Hamas, o que pode ser ratificado pelos recentes combates entre eles (força de elite Radawan) e os soldados israelenses no sul do Líbano, em que houve baixas importantes do lado de Israel (forças especiais e tanques Merkava).
Os vídeos abaixo nos ajudam a ter uma ideia do atual desafio militar terrestre para os israelenses:
É importante lembrar que ainda existem combates na Faixa de Gaza entre israelenses e o Hamas, em que pese esse grupo estar bastante fragilizado militarmente. Demonstrando que o grupo terrorista palestino continua ativo, por meio de guerra de guerrilha, conforme vídeo abaixo:
Nesse contexto, existem algumas situações que devem ser consideradas e analisadas:
aumento da radicalização dos grupos não estatais pró-Irã contra Israel, em médio prazo, o que fará com que as chances de paz entre israelenses e os seus vizinhos seja praticamente impossível;
aumento do isolamento político internacional contra o atual governo governo israelense. Um exemplo foi a postura do Presidente francês Macron, em 04 de outubro, ao pedir uma interrupção de armas à Israel, o que gerou um desagravo do governo israelense;
um grande prolongamento do conflito no ambiente terrestre (quase um ano) poderá levar a uma queda da eficiência do poder combatente do exército israelense;
no caso de ataques israelenses as infraestruturas críticas do Irã (instalações nucleares e refinarias de petróleo), por meio de ataques maciços, ou de ataques dos EUA ao território iraniano, os russos poderão entrar no conflito, apoiando militarmente os iranianos (fornecimento de armamento). É digno de nota que o Irã está se preparando para essa possibilidade, movimentando os seus petroleiros, conforme podemos ver na matéria do Jornal O Globo "Fotos revelam 'fuga' de navios de petróleo do Irã após ataques do país a Israel", disponível em https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/10/04/fotos-revelam-fuga-de-navios-de-petroleo-do-ira-apos-ataques-do-pais-a-israel.ghtml. Outrossim, existem informações de que os navios da marinha iraniana teriam saído de suas bases. Acordo várias fontes de defesa internacionais, um ataque israelense contra o Irã é iminente;
dependendo da escalada do conflito por parte de Israel, poderá ocorrer uma Guerra Total entre israelenses e iranianos; e
não pode-se descartar o uso de armas nucleares israelenses contra o Irã, em caso de uma reviravolta no conflito, pois não podemos esquecer que o poder militar terrestre israelense está sob forte pressão, desde 07 de outubro de 2023.
O Blog é de opinião que, agora, no conflito entre Israel e o Irã tudo é possível, conforme vimos acima, e com isso ratificamos a nossa opinião, apresentada no artigo "Hezbollah e sua importância geopolítica no Oriente Médio. Parte II. E agora?", que Israel abriu a sua Caixa de Pandora, e que muitos desdobramentos inesperados acontecerão.
Qual a sua opinião?
Seguem alguns vídeos para auxiliar a nossa análise:
Matéria de 03/10/2024 - recomendo assistirem a este vídeo, pois ajuda na contextualização da origem do atual conflito entre Israel e Irã:
Matéria de 05/10/2024:
Matéria de 05/10/2024:
Matéria de 04/10/2024:
Matéria de 04/10/2024:
Matéria de 04/10/2024:
Matéria de 01/10/2024:
Matéria de 02/10/2024:
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