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A importância da Síria para a Rússia


Figura disponível em: https://live.staticflickr.com/5758/21325031994_e70db67dba_b.jpg

O Oriente Médio sempre foi importante para a Rússia, desde a época da União Soviética, onde exerceu grande influência, principalmente entre 1950 e 1960 (período da Guerra Fria), notadamente por meio de alianças com Egito, Síria, Iraque e Líbia, onde era grande fornecedor de armamentos para os países árabes aliados nas guerras contra Israel, bem como por meio de acordos na área de energia. Porém, após a queda do muro de Berlim, a sua influência diminuiu na região.

Com a ascensão de Vladimir Putin, a Rússia começou a traçar políticas, visando reconquistar a influência perdida, com o intuito de voltar a ser um ator importante geopolítico.

O evento da "primavera árabe", iniciado em 2011, foi para governo russo um aviso de preocupação e alerta, pois poderia se transformar em obstáculo para as ambições e interesses geopolíticos russos no Oriente Médio, além de possíveis impactos em sua política interna.

Neste cenário, a maior perda geopolítica para a Rússia seria a queda do regime de Bashar al Assad, pois a Síria possui um acordo estratégico com Moscou sobre a utilização pela marinha russa da Base Naval de Tartus. Essa Base é muito importante geopoliticamente para a Rússia, pois permite que esse país possua meios navais no Mar Mediterrâneo sem a necessidade de retornar para o país.

Convém destacar que geograficamente a Rússia possui uma limitação muito séria para acessar o Mediterrâneo, pois precisa vir pelo norte da Europa entrando pelo Estreito de Gibraltar (longo caminho) ou passar pelo Mar Negro (menor caminho), ficando na dependência da Turquia, conforme podemo ver no mapa abaixo:


Figura disponível em: https://historicalness.files.wordpress.com/2013/09/bosporus-wiki-gnu-map.jpg

Os meios navais russos em Tartus não rivalizam com os da OTAN, mas permitem a presença constante russa na região, o que possibilita Putin exercer certa influência geopolítica no Mediterrâneo, principalmente no Oriente Médio e nos países do norte da África.

Figura disponível em: https://fox2now.com/wp-content/uploads/sites/14/2016/10/s070473767-300.jpg?w=781

Neste sentido, a Rússia apoiou a manutenção do governo Assad no poder durante a guerra civil síria para manter os seus interesses na região. O sucesso desse apoio deu a Putin um grande protagonismo na região do Oriente Médio, bem como possibilitou a assinatura de acordos com a Síria para a reconstrução dos setores de óleo e gás, bem como conseguiu a implementação de uma Base Aérea Russa (Base Aérea de Khmeimim) em Latakia que aumentará a sua influência militar.

Como podemos ver na figura abaixo, onde está representado o alcance das defesas antiaéreas russas (S-400) centradas na base de Tartus e na base aérea em Latakia, o governo russo envia uma forte mensagem a uma possível coalizão e a Israel contra os interesses russos na Síria.

Figura disponível em: https://ichef.bbci.co.uk/news/624/cpsprodpb/B457/production/_86976164_f6a279f5-8fe8-4366-8447-276772cd3808.jpg

Com o intuito de consolidar a sua presença militar na área, Moscou vem reforçando o seu poderio naval no Mediterrâneo, com novos meios sendo enviados a Base de Tartus, além de ter planos de ampliar as instalações dessa base, já que tem intenção de a transformar em uma base russa permanente. A presença militar russa além de garantir o seu grande aliado no poder, impacta politica e psicologicamente nos países da região.

O outro objetivo da participação russa na Síria foi demonstrar aos EUA, Israel e aos países europeus que a Rússia é um ator importante no Oriente Médio, bem como efetuar um movimento geopolítico, visando enfraquecer o protagonismo dos EUA no cenário mundial.

Seguem alguns vídeos para se aprofundar no tema (existem alguns vídeos em russo que podem ter legendas inseridas):











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