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A Guerra do Futuro já chegou? Parte II


O Blog vem acompanhando esse relevante tema por vários de seus artigos, com isso o presente texto é uma continuação das nossas análises constantes no artigo "A Guerra do Futuro já chegou?", de 15 de novembro de 2022, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/a-guerra-do-futuro-já-chegou, que sugerimos a leitura, pois contém várias referências sobre o assunto, bem como contribuirá com o leitor na contextualização da presente abordagem.

A figura acima, criada propositadamente por meio da Inteligência Artificial - IA com as nossas orientações, é uma representação visual de um campo de batalha futurista, onde soldados humanos e drones autônomos lutam lado a lado. A cena propõe uma reflexão sobre a crescente integração da tecnologia nas estratégias de guerra do futuro, evocando as mudanças e desafios que vêm com essa evolução.

Nesse sentido, o desenvolvimento da primeira força de drones no mundo, a Unmanned Systems Forces (USF), criada pela Ucrânia em junho de 2024, representa uma mudança paradigmática no conceito de guerra moderna. Essa força, composta por três ambientes de operações — terrestre, naval e aéreo —, sinaliza uma tendência que, em breve, pode ser amplamente adotada por outras nações. A centralização do comando dos sistemas autônomos em uma única estrutura, em nossa análise, confere uma eficiência estratégica que pode ser determinante no cenário de conflitos futuros.

A Unmanned Systems Forces se dedica à "guerra de sistemas autônomos", uma forma de combate que aproveita as capacidades tecnológicas de drones para realizar operações integradas em múltiplos domínios. A vantagem principal desse tipo de força, em nossa avaliação, é a padronização de tecnologia, treinamento de operadores e desenvolvimento de táticas.

Assim, podemos concluir que ao consolidar todas essas atividades sob um único comando, o país consegue otimizar recursos e promover um ciclo contínuo de inovação, respondendo mais rapidamente às necessidades táticas e estratégicas do campo de batalha.

Portanto, essa nova força segue uma espécie de raciocínio empregado pelos EUA por ocasião da criação da US Space Force, como analisamos no artigo "US Space Force: propaganda geopolítica ou decisão visionária? Espaço a nova fronteira de conflito", de 19 de fevereiro de 2021, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/us-space-force-propaganda-geopolítica-ou-decisão-visionária-espaço-a-nova-fronteira-de-conflito.

Dessa forma, acreditamos que a criação de uma força exclusivamente dedicada ao desenvolvimento e uso de drones tem implicações de longo alcance. Além de aumentar a eficiência operacional, essa estrutura unificada facilita a interoperabilidade entre diferentes ambientes de guerra e reduz a redundância de esforços. A Ucrânia, ao concentrar seus drones sob uma única autoridade, cria, em nossa percepção, um centro de excelência que pode revolucionar o modo como as forças armadas globais adotam e implementam essas tecnologias emergentes.

No contexto brasileiro, o Ministério da Defesa brasileiro poderia tirar lições valiosas da experiência ucraniana. Assim, somos de opinião que a adoção de uma força autônoma como a USF pode permitir que o Brasil acompanhe uma tendência tecnológica que está prestes a se consolidar globalmente.

Logo, a criação de uma força de drones no Brasil poderia alavancar a indústria nacional de defesa e criar um ciclo de desenvolvimento tecnológico próprio. Tal inovação fortaleceria não apenas a presença estratégica no Atlântico Sul, pois, como afirmamos em vários dos nossos artigos, temos uma vulnerabilidade na nossa fronteira oriental (o mar). Ademais, isso colocaria o Brasil na vanguarda da transformação digital aplicada à guerra naval.

O Blog é de opinião que o exemplo ucraniano deve ser estudado com atenção pelas Forças Armadas brasileiras, particularmente pela Marinha do Brasil. A formação de uma força autônoma, capaz de operar de maneira coordenada nos diversos domínios de guerra, representa uma tendência inevitável que exige uma preparação antecipada. Incorporar essas lições ao planejamento estratégico brasileiro será fundamental para manter a relevância da capacidade de defesa nacional em um futuro onde os sistemas não tripulados desempenharão um papel central nas operações militares.

Qual a sua opinião?

Seguem algumas matérias para auxiliar a nossa análise:

Matéria de 01/09/2024:

Matéria de 12/06/2024:


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