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A Guerra do Futuro já chegou?


Figura disponível em: https://www.clapps.com.ar/wp-content/uploads/2019/08/black-ops-drone-big.jpg

O Blog, desde a sua criação, vem acompanhando os principais conflitos ao redor do mundo, e com isso vem realizando várias análises, inclusive de perspectivas de futuro.

Dessa forma, temos alertado sobre a necessidade de se atentar para as novas formas de combate, visando nos prepararmos adequadamente para possíveis situações adversas, principalmente com o desenvolvimento de tecnologia própria.

Assim, no presente artigo tentaremos verificar se o que vínhamos anunciando sobre a Guerra do Futuro já está acontecendo. Portanto, selecionamos alguns dos nossos artigos, com os respectivos resumos, com o intuito de servir como contextualização ao leitor:


- "A revolução 4.0 e os impactos nos setores de defesa. A corrida pela supremacia militar", de 01 de abril de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/a-revolução-4-0-e-os-impactos-nos-setores-de-defesa-a-corrida-pela-supremacia-militar, que afirmamos que tal era será marcada pelo uso intensivo da inteligência artificial, notadamente nas forças armadas. Estão em desenvolvimento embarcações e aeronaves com capacidade de combate. Porém, alguns aspectos devem ser solucionados, como até que ponto tais meios poderão decidir engajar com os alvos selecionados. O domínio de tais tecnologias disruptivas poderá desbalancear o poderio militar, impactando fortemente na geopolítica mundial;


- "Líbia: palco de interesses geopolíticos. II parte", de 08 de junho de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/líbia-palco-de-interesses-geopolíticos-ii-parte, falamos que o que vem diferenciando esse conflito é o uso acentuado de drones, mercenários e táticas de desinformação por ambas as partes. Em relação ao uso de drones, somente a Turquia e os Emirados Árabes, somados, realizaram mais de 1.000 ataques em apoio as partes envolvidas, e que ensejou um comentário de um enviado da ONU a Líbia em que afirma que esse conflito é a maior guerra de drones do mundo até o momento. Convém mencionar que o uso de drones tem um custo financeiro bem menor do que as aeronaves tripuladas, além de não expor a riscos os seus pilotos. E por fim, verificamos que a guerra de desinformação também tem sido usada fortemente pelos lados antagônicos nesse conflito, por meio de campanhas de mídias sociais que são realizadas pelos Estados interessados nesse conflito. No nosso entender a Líbia além das disputas geopolíticas citadas na postagem anterior sobre esse assunto, também está sendo um laboratório para a nova guerra por procuração, que está se distinguindo como uma guerra altamente tecnológica (drones), com emprego de mercenários, num ambiente de campanhas de desinformação por meio de mídias sociais, e com menor custo financeiro para os Estados que a utiliza;


- "Guerra do futuro: devemos olhar adiante para nos prepararmos, e com isso devemos sair da caixa", de 14 de junho de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/guerra-do-futuro-devemos-olhar-adiante-para-nos-prepararmos-e-com-isso-devemos-sair-da-caixa, em que dissemos que o mundo tem assistido a verdadeiros laboratórios da Guerra do Futuro, que cremos que vigorará até 2030, e após esse período veremos a consolidação de tecnologias disruptivas nos meios militares como o laser, a predominância da guerra cibernética (incluídos a espionagem e a sabotagem cibernéticas), meios militares não tripulados e a disputa pelo espaço, com nova mudança na forma da disputa militar. As guerras na Líbia, Síria e Iêmen nos mostraram uma mudança na forma de travar conflitos para atingir objetivos geopolíticos, onde o uso de mercenários, drones, desinformação (principalmente devido ao aumento do protagonismo das mídias sociais), guerra híbrida, guerra por procuração (proxy war), guerra cibernética, sistemas de antiacess/area denial (A2/AD), e os mísseis de cruzeiro têm dominado os cenários táticos, e com isso a guerra clássica tem ficado um pouco estagnada, apesar de continuar importante para uma escalada maior do conflito. Assim, torna-se preocupante a constante diminuição dos conceitos éticos e morais nos conflitos atuais;


- "Os Houthis e sua influência na geopolítica do Oriente Médio. São um proxy do Irã?", de 19 de julho de 2020, disponível em https://www.atitoxavier.com/post/os-houthis-e-sua-influência-na-geopolítica-do-oriente-médio-são-um-proxy-do-irã, que afirmamos que o conflito extrapolou as fronteiras do Iémen, onde vários ataques foram realizados ao território saudita, bem como a navios dos EUA pelos Houthis, por meio de lançamentos de drones e mísseis;


- "A intensificação do conflito entre Armênia e Azerbaijão: fator Turquia. Qual será o movimento russo?", de 30 de setembro de 2020, acessível em https://www.atitoxavier.com/post/a-intensificação-do-conflito-entre-armênia-e-azerbaijão-fator-turquia-qual-será-o-movimento-russo, em que dissemos que se observa a repetição dos procedimentos utilizados na Guerra da Líbia e da Síria, com a utilização de drones, extensiva Guerra de Informação, uso de proxies (mercenários ou grupos simpatizantes), e sempre com o envolvimento de Estados externos ao conflito, visando atingir os seus objetivos geopolíticos; e


- "O impacto da Guerra do Futuro nas Marinhas de Guerra - necessidade de pensar alto", de 09 de março de 2021, que pode ser lido em https://www.atitoxavier.com/post/o-impacto-da-guerra-do-futuro-nas-marinhas-de-guerra-necessidade-de-pensar-alto-1, falamos que este século está sendo marcado pelo emprego maciço de novas tecnologias no campos de batalha, além da necessidade de operar em múltiplos ambientes. Onde os drones, mísseis cada vez mais precisos, ferramentas cibernéticas de ataque e o uso extensivo das Inteligências de Sinais e de Informações têm dominado as análises de estudiosos civis e militares, bem como têm sido uma grande preocupação para os setores de defesa dos Estados. Alguns exemplos podem ser verificados nas Guerra da Líbia, da Síria e no conflito entre a Armênia e o Azerbaijão. Além disso, os Estados têm investido em satélites de imagem que podem auxiliar na detecção de forças navais oponentes com grande antecedência, cujas análises são potencializadas e se tornam cada vez mais rápidas e precisas, por meio da Inteligência Artificial - IA. Uma possibilidade tática, que pode surgir, seria o uso extensivo de drones de ataque de longo alcance, visando saturar as defesas costeiras possibilitando a aproximação, a posteriori, da força naval oponente. Com isso, poderemos ver o surgimento de porta-aviões especializados em operação de veículos aéreos não tripulados. É digno de nota que os EUA vêm desenvolvendo aeronaves desse tipo lançados por seus porta-aviões, como o X-47B. É esperado o uso maciço de drones por meios navais, tanto lançados por meio de superfície quanto por submarinos. pois a cada dia aumenta a necessidade de reconhecimento e de ataques que preservem a integridade das tripulações.


Nesse sentido, ao lermos os resumos dos artigos acima, podemos inferir que a forma de travar combate nos dias atuais vem se diferenciando do passado, bem como vemos a consolidação do uso de drones, das operações de informação - OpInfo, mísseis, guerra cibernética e satélites. Logo, não é mais possível pensar em conflito nos dias atuais sem o uso de tais expedientes.

No atual conflito da Ucrânia observamos que há a ratificação do que vínhamos informando ao leitor, inclusive não constituindo novidade para o Blog o ataque ucraniano aos navios da esquadra russa do Mar Negro por meio do uso simultâneo de drones aéreos, cerca de 8, e de superfície, em torno de 7, em que pese tal procedimento tático, que já tínhamos alertado em 2021, ter sido algo inesperado e espantoso para alguns.

Entretanto, o conflito da Ucrânia demonstra a importância do uso da internet satelital no campo de batalha aliado aos drones, pois os vídeos sobre o adversário, provenientes dos drones de reconhecimento, permitem que o decisor analise e selecione a melhor forma de ataque. Outrossim, também coloca a reflexão sobre a importância de destruir ou interferir nos satélites de comunicações. Nesse contexto, podemos entender a atual e crescente importância da Geopolítica Espacial.

Portanto, acreditamos que o setor de defesa brasileiro deva privilegiar o desenvolvimento de drones nacionais em detrimento da importação, visando não ficar a mercê de possíveis sanções tecnológicas no futuro.

Nesse cenário, torna-se primordial desenvolver medidas de defesa orgânica, cinéticas e não cinéticas, contra drones nos ambientes terrestre, marítimo e aéreo.

O Blog é de opinião de que a Guerra do Futuro já se faz presente nos conflitos de hoje.

Além disso, alguns questionamentos que fizemos no passado ainda estão sem resposta, como: Você acha que as nossas Forças Armadas deveriam se concentrar em desenvolver junto com o meio acadêmico tais meios com tecnologias disruptivas? E o orçamento para o desenvolvimento? Como impulsionar esse setor da nossa indústria de defesa?

Qual a sua opinião?

Seguem alguns vídeos para auxiliar a nossa análise:

Matéria de 02/11/2022:

Matéria de 29/03/2022:

Matéria de 23/10/2022:

Matéria de 18/10/2022:

Matéria de 26/10/2022:

Matéria de 14/04/2022:


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