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A Estrela Vermelha: o crescimento da marinha chinesa e os seus impactos geopolíticos.



Figura disponível em: http://eng.mod.gov.cn/news/attachement/png/site22/20190417/171353a427e48629760428.png

A China tem durante os últimos 25 anos investido na modernização e no crescimento de sua força naval, se tornando numa das marinhas mais poderosas no cenário internacional. Dessa forma, vem implementando a sua capacidade de operação em áreas marítimas mais distantes de suas águas territoriais, bem como a de projeção de poder, com ênfase no sudeste asiático, Oceano Índico e África. Além disso, convém mencionar que o atual governo chinês tem adotado políticas assertivas em busca de seus objetivos geopolíticos, e está utilizando o seu poder naval para isso.

Nesse diapasão, aumentam as preocupações dos EUA e de seus aliados no sudeste asiático, e da Índia na região do Índico, fazendo com que aumente a militarização naval nas áreas aludidas.

Além disso, o planejamento do desenvolvimento poder naval chinês possibilita que a China se contraponha as possíveis agressões externas pela via marítima, ainda mais quando empregado em conjunto com os seus sistemas de anti-acesso e negação de área, ou anti-acess/area denial (A2/AD), mitigando uma de suas vulnerabilidades estratégicas e que foi abordado no Blog com a postagem: "A limitação geográfica marítima chinesa e sua vulnerabilidade geopolítica", disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/a-limitação-geográfica-marítima-chinesa-e-sua-vulnerabilidade-geopolítica .


Nesse cenário, o congresso dos EUA emitiu um relatório em julho, e com atualização em setembro deste ano, com o intuito de analisar se a US Navy está respondendo apropriadamente à modernização e ao expansionismo naval chinês. O documento chama-se China Naval Modernization: Implications for U.S. Navy capabilities - Background and Issues for Congress, disponível no Blog em: https://de9abb8c-83aa-4859-a249-87cfa41264df.usrfiles.com/ugd/de9abb_687fc521a53940a1bc5fcf717e2f6754.pdf . No documento são relatados os esforços da marinha dos EUA para se contrapor ao avanço naval chinês, bem como alerta que houve uma redução na diferença entre os poderes navais estadunidense e chinês, além de tentar mostrar o que pode ser feito para manter a supremacia dos EUA no ambiente marítimo.

Um fator favorável para o lado chinês é a concentração de sua força naval nas áreas marítimas do Mar do sul da China, e do Mar da China Oriental fazendo com que seja um desafio ao poder naval dos EUA na região, conforme podemos ver na figura abaixo, e que consta no relatório de 2020 do Departamento de Defesa dos EUA:


Figura disponível em: https://www.navalnews.com/wp-content/uploads/2020/09/Capture-d%E2%80%99%C3%A9cran-2020-09-02-%C3%A0-10.22.19.png

Outro fato que merece destaque, é o enfoque militar observado por vários analistas no projeto chinês Belt and Road Iniciative que poderá permitir a utilização dos portos estrangeiros por meios navais da China. Cabe ressaltar, que o governo de Pequim vem criando bases militares com possibilidade de apoio à sua marinha, como em Djibouti.

Nas figuras abaixo podemos fazer algumas análises:

Projeto Nova Rota da Seda (Belt and Road Iniciative):

Figura disponível em: http://static.ft.lk/ftadmin/wp-content/uploads/2016/04/05225537/5651.jpg

Base chinesa na África:

Figura disponível em: https://www.straitstimes.com/sites/default/files/articles/2017/07/13/170713_djibouti-military-base.jpg

Bases militares chinesas no exterior:

Figura disponível em: https://www.gisreportsonline.com/media/__sized__/report_images/Indianocean-2-crop-c0-5__0-5-1340x828-70.jpg

A disposição das bases chinesas, também tem sido conhecida como "rota do colar de pérolas", e está associada a rota marítima de interesse da China pelo Oceano Índico:

Figura disponível em: https://www.fiia.fi/wp-content/uploads/2017/06/map1-1.jpg

O Blog é de opinião de que a China considera o seu poder naval como um instrumento fundamental em sua política de implementar o Sonho Chinês, conforme analisamos na postagem "Dragão sonhador ou dominador?", disponível no nosso site em: https://www.atitoxavier.com/post/dragão-sonhador-ou-dominador , bem como para o atingimento de seus objetivos geopolíticos. Dessa forma, realizou um planejamento de crescimento de sua força naval, baseando-se na US Navy, bem como adotando uma estratégia marítima e naval com similaridades com a do estadunidense Alfred Thayer Mahan, que pode ser estudada em sua obra The Influence of Sea Power Upon History (1890), e que foi uma das principais referências para a formação e consolidação do poder naval dos EUA. Recentemente se transformou numa das marinhas mais poderosas do mundo, sendo um desafio aos EUA na era da competição entre as grandes potências, e nesse período de "Guerra Fria" sino-estadunidense.

Qual a sua opinião sobre o assunto?

Seguem alguns vídeos para nossa análise:


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