Continuando as nossas análises, que podem ser acessadas em https://www.atitoxavier.com/my-blog/categories/my-top-5, de como a pandemia da COVID-19 tem influenciado no cenário internacional, verificamos que a China, a Índia e a Rússia têm utilizado a vacina contra o coronavírus como um instrumento para atingir os seus objetivos. Tal manobra geopolítica está sendo chamada de Diplomacia da Vacina.
Na figura abaixo podemos observar que os Estados que possuem economias com menos recursos terão maior dificuldade em inocular as suas populações por meio da vacinação, pois os países mais ricos compraram a maioria da produção dos laboratórios. A China e a Índia apesar de possuírem economias robustas possuem populações que excedem 1 bilhão de pessoas, o que dificulta a vacinação de seus cidadãos em menor prazo.
Ademais os EUA, o Canadá e os países da União Europeia estão adotando uma política de saúde nacionalista que visa atender primeiro as suas sociedades, em que pese os seus discursos de que a vacina seria um bem global, e que deveria ser compartilhado com todos.
Nesse sentido, a China, a Índia e a Rússia ao observar a vulnerabilidade dos países mais pobres no tocante a aquisição da vacina, notadamente os da África, da Ásia e da América do Sul, enxergaram uma oportunidade de exercer uma certa influência naqueles governos por meio de oferecimento da vacina, com termos que os favoreçam.
Dessa forma, esses três países começaram a ter a imagem da "tábua de salvação" para os países mais pobres, fazendo com que haja o fortalecimento dos laços políticos entre o Estado que oferece e o que aceita. Além disso, podemos ver que em boa parte dos países atendidos pelo trio, principalmente na África, começa a ocorrer um decréscimo da influência dos países mais ricos sobe eles, bem como um distanciamento político.
No Brasil ocorreu uma disputa política entre o Presidente e o Governador de São Paulo, e que, em nossa visão, o governo chinês utilizou muito bem a sua vacina para conseguir atingir alguns dos seus objetivos em nosso país, que foram o término dos ataques de certas autoridades a Pequim, bem como conseguiu a inclusão da empresa Huawei para participar do leilão da tecnologia 5G. Convém mencionar, que o governo brasileiro ameaçou em várias ocasiões que iria vetar a participação da empresa chinesa nesse certame.
A seguir podemos ver como a China vem utilizando a Diplomacia da Vacina no mundo.
A China tem empregado a Diplomacia da Vacina com alguns países do Sudeste Asiático, com quem tem disputas marítimas no Mar do Sul da China, com o intuito de conseguir acordos que a beneficie.
A Índia forneceu vacina para os seus vizinhos asiáticos com o objetivo de manter sua influência na região, visando não abrir espaço e oportunidades políticas para o governo chinês com quem tem uma disputa geopolítica.
A Rússia vê na vacina a oportunidade de melhorar a sua economia. Porém, em nossa análise, vemos dois objetivos comuns aos russos e chineses:
diminuir a influência ocidental no mundo;
melhorar a sua imagem no cenário internacional.
Abaixo podemos verificar como o continente africano está sendo atendido pelo trio de países:
O Blog é de opinião de que a China, a Rússia e a Índia estão empregando a Diplomacia da Dívida com o intuito de atingir os seus objetivos geopolíticos devido a política nacionalista dos países mais ricos, o que demonstra a grande desigualdade entre os Estados, bem como em curto e médio prazos causará um distanciamento político entre os países ricos e pobres. Nesse cenário, a China e a Rússia, em maior grau, e a Índia, em menor grau, aumentarão a sua influência sobre os países dos continentes menos desenvolvidos.
Outrossim, ratificamos a nossa opinião de que o cenário 3, proposto pelo Blog, é o mais provável de ocorrer, e que pode ser visto no artigo "Será que a pandemia mudará a relação entre os países? 2", disponível em https://www.atitoxavier.com/post/será-que-a-pandemia-mudará-a-relação-entre-os-países-2 .
Em nossa análise a China empregou, com êxito, a Diplomacia da Vacina em nosso país, bem como a Rússia e a Índia também estão tentando. Além disso, analisamos que o Brasil poderia ter utilizado, em certa medida, a Diplomacia da Vacina para aumentar a nossa influência na América do Sul, caso tivéssemos adquirido a mais tempo os insumos para a produção de vacinas contra a COVID-19 pelos Institutos Butantã e Oswaldo Cruz, em que poderíamos ser os principais fornecedores de vacinas para os nossos países vizinhos.
Qual a sua opinião sobre o assunto?
Seguem alguns vídeos para auxiliar a nossa análise:
Matéria de 05/02/2021:
Matéria de 26/01/2021:
Matéria de 24/01/2021:
Matéria de 28/01/2021:
Matéria de 14/10/2020:
Matéria de 28/10/2020:
Matéria de 09/08/2020:
Matéria de 10/12/2020:
Matéria de 10/02/2021:
Matéria de 30/01/2021:
Matéria de 30/01/2021:
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