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A delicada situação geopolítica japonesa. Cercado por poucos amigos.


Figura disponível em: https://media.economist.com/sites/default/files/cf_images/20060513/CSF965.gif

O Japão é dono de uma geografia desfavorável, pois a maior parte do território não é propícia para o agronegócio, tem grande concentração populacional na pouca área habitável, e não possui muitos recursos naturais. É formado por várias ilhas, sendo as quatro principais: Honshu, Shikoku, Kyushu e Hokkaido.

Nesse sentido, no passado até o final da II Guerra Mundial, a península coreana tinha (e ainda tem) uma grande importância geopolítica para o Japão, pois servia como um importante acesso ao continente, devido a sua proximidade, para conseguir os recursos de que precisava. Sendo assim, podemos concluir que o mar é extremamente importante para a sobrevivência do povo japonês, pois é por ele que a sua economia flui, sendo extremamente importante contar com linhas de comunicações marítimas seguras.

Como o país teve sérios problemas geopolíticos com todos os seus vizinhos, por causa de suas ambições expansionistas, e que foram potencializados por causa do tratamento dispensado àquelas populações durante as ocupações japonesas, vários ressentimentos foram criados, e ainda estão latentes, notadamente com a China e com as Coreias do Norte e do Sul.

Nesse cenário, a aliança militar com os EUA, firmada após a derrocada japonesa em 1945, sempre foi fundamental para a sua segurança, pois a sua Constituição não permite ao país dispor de Forças Armadas, sendo autorizado possuir Forças de Auto-Defesa (FAD), em que pese tais forças serem extremamente modernas e adestradas.

O Primeiro Ministro japonês Shinzo Abe, desde 2013, vem tentando impor uma política mais assertiva ao país, com o aumento da militarização por meio de modernização e aumento das FAD, aquisição de modernos sistemas de defesa antimísseis, bem como por propostas de mudanças na Constituição japonesa que visem dar maior flexibilidade de emprego à essas forças. Esse movimento do governo tem preocupado os seus vizinhos, e a uma parcela da população japonesa, pois entendem que o Japão militarizado é uma ameaça a paz e a estabilidade da região, e que na opinião do Blog é um "barril de pólvora"prestes a explodir.

Atualmente, o governo japonês percebe como principais ameaças a China e a Coreia do Norte, e tenta melhorar as relações diplomáticas com os demais vizinhos.

O Século XXI apresenta grandes desafios para o Japão, devido:

  • política agressiva chinesa na região, com o fortalecimento de sua marinha, tendo como consequência a ocorrência de vários atritos com os países lindeiros;

  • a grande imprevisibilidade política da Coreia do Norte;

  • período de competição entre as grandes potências: EUA, China e Rússia, colocando o Japão numa posição delicada;

  • política atual estadunidense do "America First", que não tem privilegiado os aliados, e que tem causado alguns atritos políticos entre os dois governos; e

  • disputa com a China referente a soberania das ilhas Senkaku.

Os fatos citados acima propiciaram uma corrida armamentista na região, tornando-a extremamente instável e insegura.

Nesse diapasão, a opinião do Blog é que apesar do aumento da militarização do Japão não ser desejável, ela é condição sine que non para a sua deterrência contra as principais ameaças à sua segurança, pois encontra-se cercado por vizinhos com objetivos geopolíticos obscuros, onde alguns deles possuem alianças, conforme analisamos em postagens anteriores, bem como devido a vacilante política estadunidense. Sendo assim, a sua localização, no contexto atual, a coloca numa situação geopolítica delicada.

Qual a sua opinião? O Japão está preparado para um conflito com os seus vizinhos? O país poderá contar com o apoio dos EUA?

Seguem alguns vídeos para podermos analisar o tema:





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