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A crise do Líbano: colapso à vista. Possibilidade de aumento da instabilidade na região. Parte III.


Figura disponível em: https://ifpnews.com/wp-content/uploads/2019/11/Lebanon.jpg

O Líbano está mergulhado no caos econômico e social, conforme relatamos nas postagens anteriores sobre o assunto, intituladas: A crise do Líbano: colapso à vista. Possibilidade de aumento da instabilidade na região. Parte I e II, e disponível no Blog em: https://www.atitoxavier.com/post/a-crise-do-líbano-colapso-à-vista-possibilidade-de-aumento-da-instabilidade-na-região e https://www.atitoxavier.com/post/a-crise-do-líbano-colapso-à-vista-possibilidade-de-aumento-da-instabilidade-na-região-parte-ii .

Recentemente, houve um grande incêndio na área portuária, o que trouxe mais tristeza ao povo libanês.

Nesse cenário de alta instabilidade interna, em que vários analistas políticos informam que podemos estar presenciando uma nova "Primavera Árabe", a população libanesa vem constantemente às ruas protestar contra a corrupção, e o "status quo"político, onde sempre os mesmos líderes políticos continuam a dar as cartas, sendo refratários a qualquer mudança considerável. Porém, os movimentos tiveram uma pequena vitória com a renúncia do Primeiro-Ministro Hassan Diab e com a saída de alguns ministros.

Nesse sentido, o governo vem reprimindo com certo grau de truculência os movimentos populares, acirrando ainda mais os ânimos, pois as elites políticas não desejam sair do poder.

A inabilidade do governo em tentar anemizar o sofrimento da população é patente, pois é somente graças as iniciativas populares por meio de distribuição de comida, atendimentos médicos, limpeza dos escombros, doações, além de outras medidas, que os libaneses comuns estão encontrando algum tipo de ajuda. Isso somado a resistência das elites do poder em aceitar mudanças, e a política de sanções econômicas dos EUA em relação à Síria, e aos aliados do grupo Hezbollah, estão potencializando o problema do país.

Israel e os EUA têm pressionado, durante esse período, a ONU para que as Forças de Paz no país (UNIFIL) tenham uma postura mais pró-ativa no tocante a busca dos arsenais do Hezbollah, o que poderá elevar a tensão na região do sul do Líbano.

Se não bastasse todos os fatos citados anteriormente, acordo o Presidente da França Emmanuel Macron, caso não aconteçam reformas políticas e econômicas consideráveis, que combatam a corrupção e retirem as elites atuais do poder, o Líbano poderá ser alvo de mais sanções econômicas, o que contribuirá para um maior sofrimento da população.

Nesse quadro de caos político, econômico e social libanês, e com o embate entre os EUA e o Irã e os seus aliados da região (Síria e Hezbollah), a França tenta ser o protagonista, buscando aumentar a sua influência no país, bem como se afirmar no cenário internacional, como falamos no Blog na postagem: França: a super potência europeia? Conseguirá ser protagonista global?, disponível em: https://www.atitoxavier.com/post/frança-a-super-potência-europeia-conseguirá-ser-protagonista-global . Macron já realizou duas visitas ao Líbano, mostrando um viés populista com o intuito de atingir os seus objetivos geopolíticos. Com isso, boa parte dos libaneses manifestaram o desejo que a França os ajude na reconstrução política do país. Além disso, a França percebeu que foi criada uma oportunidade para a China influenciar no país, por meio de ajuda financeira, e dessa forma está sendo rápida em tentar não deixar espaço geopolítico.

Na atual problemática libanesa, assumiu como Primeiro-Ministro o diplomata Mustapha Adib, que não possui nenhum destaque ou relevância política no país, servindo somente como uma possível ferramenta para tentar diminuir os protestos no país, e agradar a Macron, o que não surtiu o efeito desejado.

O Hezbollah atento as pressões internacionais, que se aproveitam da oportunidade criada pela calamidade, para tentar diminuir a sua influência política e social no Líbano, informou que está aberto ao diálogo para as possíveis mudanças políticas que poderão acontecer no país.

O Blog ratifica as suas opiniões anteriores sobre o tema libanês, e é de opinião o Líbano continua sendo um palco de disputas geopolíticas, em que temos vários atores de interesse, sendo os principais: Irã, Síria, Hezbollah, EUA, Arábia Saudita, Israel, França e China. Porém, atualmente o governo francês é o que está utilizando melhor as manobras geopolíticas para atingir os seus objetivos.

Por outro lado, o Hezbollah possui papel extremamente relevante no Líbano, sendo ao mesmo tempo uma força de dissuasão contra agressões externas e um benfeitor social no sul do país, e um entrave para uma solução, em curto prazo, para o sofrimento libanês.

Enquanto isso, a China vem aproximando como uma possível tábua de salvação, com o discurso do seu projeto Belt and Road Iniciative. Além disso, acreditamos que a possível "Primavera Árabe"libanesa não terá sucesso no curto prazo, e caso haja mudanças será no longo prazo.

O receio do Blog é que os interesses geopolíticos criem cada vez mais no país um cenário de maior instabilidade, que possa mergulhar o Líbano em um cenário de confronto.

OS NOSSOS IRMÃOS LIBANESES NÃO MERECEM ISSO!

Qual a sua opinião? O país mergulhará num caos pior? Qual é solução para a problemática libanesa?

Seguem alguns vídeos para estudarmos o problema e criarmos as nossas opiniões:


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